Mauro Cid delata gabinete do ódio e milícias digitais

O militar disse que os grupos de apoiadores de Bolsonaro que atuam nas redes sociais eram financiadas pelo próprio ex-presidente

Postado em: 06-11-2023 às 16h44
Por: Larissa Oliveira
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O ex-presidente Jair Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid - Foto: Isac Nóbrega/PR

O tenete-coronel Mauro Cid revelou novos detalhes sobre o funcionamento do chamado “gabinete do ódio” e das milícias digitais. Conforme o jornal O Globo divulgou, nesta segunda-feira (6), um novo trecho da delação premiada aponta que assessores de Jair Bolsonaro (PL) formavam o gabinete do ódio. Além disso, destaca que este grupo tinha como objetivo proferir ataques contra autoridades, difundir desinformação e, consequentemente, obter ganhos políticos ou ideológicos.

De acordo com Mauro Cid, o gabinete do ódio era composto por Carlos Bolsonaro e outros assessores, como Filipe Martins, Allan dos Santos e Luciano Hang. Aliás, o filho do ex-presidente supostamente era o líder do grupo. Ademais, o ex-ajudante de ordens da Presidência da República também afirmou à Polícia Federal (PF) que o próprio Bolsonaro financiava as milícias digitais. Tratam-se de grupos de apoiadores do ex-presidente que atuam nas redes sociais e em aplicativos de trocas de mensagem.

Conforme o tenente-coronel delatou à PF, Bolsonaro enviava dinheiro para esses grupos por meio de terceiros, como empresários e políticos. Atualmente, Mauro Cid segue em prisão domiciliar por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). O militar estava em prisão preventiva desde maio de 2023, mas sua soltura ocorreu em setembro, quando o ministro Alexandre de Moraes homologou seu acordo de delação premiada.

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Revelações de Cid

Até o momento, Mauro Cid já fez uma série de revelações que podem complicar ainda mais a situação de Jair Bolsonaro. Recentemente, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou a inegibilidade do ex-presidente por um período de oito anos. Além disso, a PF está investigando o político atualmente por diversos crimes, incluindo a organização de atos antidemocráticos e a incitação à violência. Portanto, as novas informações da delação podem levar à abertura de novas investigações contra ele.

Primeiramente, Mauro Cid revelou que Bolsonaro ordenou a criação de certificados falsos de vacinação contra a Covid-19. Na ocasião, o tenente-coronel admitiu seu envolvimento na fraude e afirmou que o ex-presidente foi o mandante do esquema. Cid também disse que Bolsonaro se reuniu com militares a fim de discutir intervenção militar, que, inclusive, teve o apoio do almirante da Marinha na época. Para mais, Cid revelou que Bolsonaro queria esconder investigados pela PF no Alvorada.

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