Dólar tem maior queda diária em sete meses

Moeda norte americana fechou a semana cotada a R$ 3,59 embalada pelo bom humor dos investidores globais e pelo noticiário político local

Postado em: 09-04-2016 às 08h00
Por: Redação
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Moeda norte americana fechou a semana cotada a R$ 3,59 embalada pelo bom humor dos investidores globais e pelo noticiário político local

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) saltou 3,67% ontem (50.292 pontos), e o dólar recuou 2,59% (R$ 3,597), embalados pelo bom humor dos investidores globais e pelo noticiário político local. Desde o dia 1º o dólar não fechava abaixo de R$ 3,60. Lá fora, a disparada de mais de 6% puxou as Bolsas internacionais e elevou o apetite para risco, favorecendo ações e moedas de países emergentes como o Brasil. Por aqui, notícias relacionadas com o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a desaceleração da inflação deram o tom positivo ao pregão. 

A notícia que mais movimentou o pregão foi parecer assinado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, segundo o qual houve desvio de finalidade na decisão da presidente Dilma Rousseff de nomear seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, para chefiar a Casa Civil. Na avaliação dos analistas, a decisão de Janot, ao afastar Lula do governo, enfraquece as tentativas de Dilma de fugir do impeachment.

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“Nas últimas semanas, o mercado tinha diminuído a esperança de que o impeachment ocorresse, e por isso a Bolsa havia devolvido parte dos ganhos e o dólar, voltado a subir. Depois da aprovação do relatório de impeachment e da notícia do Janot, isso animou os investidores. É absolutamente difícil dar um prognóstico sobre o que vai acontecer, mas, aparentemente, ninguém do mercado queria passar o fim de semana ‘vendido’”, observou Alexandre Espírito Santo, economista da Órama.

Governo

“A notícia de maior impacto para o mercado foi mesmo a do Janot. Seu parecer abre um espaço grande para discutir se a Dilma cometeu ou não uma improbidade administrativa, o que pode abrir espaço para investigá-la. O Lula é também o principal articulador político do governo, logo isso prejudica a articulação do governo contra o impeachment”, disse Hersz Ferman, da Elite Corretora.

Alfredo Sequeira Filho, presidente da assessoria de investimento DNA Invest, acrescentou a influência positiva do ambiente externo e dos números da inflação divulgados ontem. 

“Hoje, tudo conspirou para o bom humor dos mercados. Além das notícias relacionadas com o impeachment, hoje ocorre uma alta das commodities, fazendo as Bolsas subirem pelo mundo. Para completar, o índice de inflação veio abaixo do esperado, apresentando forte desaceleração. Isso aumenta as apostas de redução da taxa de juros, o que é ótimo para a Bolsa”. 

Como observou Sequeira Filho, os números de inflação também impactaram as expectativas sobre os juros. O contrato DI, de juros futuros, com vencimento em 2021 recuaram de 14,16% ao ano, ontem, para 13,75% no fechamento ontem. Atualmente, a taxa de juros de referência da economia brasileira está em 14,25% ao ano. 

Bolsa

As ações da BM&F Bovespa, empresa que opera a Bolsa brasileira, avançaram 4,95%, a R$ 15,90. Ontem, após fechamento do mercado, a companhia informou que vendeu os 4% que detinha da CME Group, operadora da Bolsa de Chicago. O objetivo é financiar a compra brasileira Cetip, central de custódia e depositária de títulos de renda fixa. 

O ambiente externo também ajuda o comportamento do mercado brasileiro. O petróleo registra hoje a maior alta em quase dois meses, com os investidores especulando sobre reunião da próxima semana (dia 17), na qual Arábia Saudita, Rússia e outros grandes produtores discutirão a possibilidade de congelar a produção para elevar a cotação da commodity. O barril do tipo WTI sobe 6,8%, a US$ 39,78, enquanto o Brent registra valorização de 6%, a US$ 41,78. (Agência O Globo)

 

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