Presidente do BC vê maior estabilidade no cenário econômico a partir de reformas

Goldfajn destacou previsões de analistas de que a taxa de juros no país “vai ficar baixa por um período mais longo”. “Isso não significa ficar parada o tempo todo, tem ciclos”

Postado em: 13-10-2017 às 17h30
Por: Lucas de Godoi
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Goldfajn destacou previsões de analistas de que a taxa de juros no país “vai ficar baixa por um período mais longo”. “Isso não significa ficar parada o tempo todo, tem ciclos”

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse hoje em
Washington que “há uma percepção de que talvez a gente consiga no Brasil,
finalmente, ter um período de estabilidade, inflação baixa e juros mais
baixos”. Goldfajn destacou previsões de analistas de que a taxa de juros no
país “vai ficar baixa por um período mais longo”. “Isso não significa ficar
parada o tempo todo, tem ciclos”, disse.

As afirmações do presidente do BC foram feitas durante a
Brazil Economic Conference 2017, evento promovido pela Câmara de Comércio
Brasil-Estados Unidos. Ilan Goldfajn afirmou que a criação da taxa de juros de
longo prazo (TLP) para o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES); bem como as reformas trabalhista e as no âmbito financeiro, como a do
cadastro positivo, têm ajudado para que a taxa de juros continue caindo.

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“As questões fiscais certamente têm um peso importante. Por
isso que [a PEC do] teto dos gastos e também a [reforma da] Previdência, são
todas bastante importantes para a taxa de juros estrutural”, afirmou.

Sobre a trajetória de crescimento do Brasil, o presidente do
BC afirmou que “vai ter uma trajetória entre 2 e 3% no final deste ano” e que
“a taxa de crescimento deste ano é uma média, mas na ponta a gente já está
muito perto do que a gente está estimado”.

Goldfajn afirmou que a reforma da Previdência é importante
para economia brasileira e que “esse tipo de reforma tem de ser feito agora,
quando as condições são benignas no cenário internacional”. Para o presidente
do BC a reforma pode ajudar a manter a taxa de juros estrutural do país baixa e
quanto mais cedo for aprovada, “melhor é para todo mundo”.

Goldfajn também comentou sobre a possibilidade de uma
reforma para aumentar a independência do Banco Central: “é uma reforma
importante e dá certa segurança para todo mundo, é algo que eu não descarto,
mas expliquei que dentro da lista de reformas ela não chegou a entrar na fila
até agora”.

Economia internacional

Na avaliação de Ilan Goldfajn, a economia global está se
recuperando. Segundo ele, “há um começo, bem gradual, de normalização da
política monetária no mundo todo”. Ele também comentou a possibilidade de
mudança no comando do FED, o banco central norte-americano, caso o presidente
dos Estados Unidos, Donald Trump, resolva nomear um substituto ao final do
mandato de Janet Yellen. Ele afirmou que o Brasil está preparado para qualquer
escolha que possa ser feita.

O presidente do Banco Central disse que há uma estabilidade
na taxa de câmbio brasileira, mas não por causa de atuação direta do Banco
Central, e sim porque as taxas de câmbio de outros países estão menos voláteis:
“isso tem afetado o Brasil e tem mantido a nossa taxa de câmbio, tem gerado
mais exportações”.

(Agência Brasil)

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