Contrariando expectativas, EUA mantêm veto à carne brasileira

Segundo o governo brasileiro, a solicitação de uma nova inspeção pode atrasar as negociações entre os países em cerca de 1 ano.

Postado em: 05-11-2019 às 09h30
Por: Aline Carleto
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Segundo o governo brasileiro, a solicitação de uma nova inspeção pode atrasar as negociações entre os países em cerca de 1 ano.

Aline Bouhid

Os Estados Unidos decidiram manter o veto à importação de carne bovina brasileira in natura. O veto da exportação de carne brasileira para os EUA aconteceu em 2017, depois da Operação Carne Fraca. À época, a investigação revelou uma série de adulterações da carne comercializada, envolvendo esquema de obtenção de atestados fitossanitários ilegais. Desde a medida, o Brasil vem tentando a reabertura para o setor no mercado externo. 

Em 2016, o Brasil exportou US$ 284 milhões de carne bovina in natura aos EUA, que representou 5% das vendas brasileiras desse produto ao exterior. O país era o sexto maior comprador do Brasil. A expectativa do governo Bolsonaro era de que a proximidade com Trump e concessões feitas a Washington ajudassem na liberação das exportações de carne. Segundo o governo brasileiro, a solicitação de uma nova inspeção pode atrasar as negociações entre os países em cerca de 1 ano.  

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O assunto estava incluído nas negociações de parceria estratégica acertada entre os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump, mas até agora só houve concessões pelo lado brasileiro, como a abertura de cota para importação de trigo dos EUA. Eles podem exportar para o Brasil pagando tarifa zero para até 750 mil toneladas de trigo.

O relatório relativo à inspeção foi disponibilizado para o governo brasileiro na em 30 de outubro. No documento, os norte-americanos solicitaram informações adicionais ao governo brasileiro e demandaram uma nova inspeção sobre a qualidade da carne para então avaliar novamente a possibilidade de abrir o mercado. 

A ministra Tereza Cristina (Agricultura) embarca para uma comitiva no país em 17 de novembro. A viagem, agendada antes da divulgação do documento, servirá para a ministra retomar as tratativas do assunto com o Secretário de Agricultura dos EUA, Sonny Perdue.

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