Verme do coração: praias são áreas de risco para cães

Temporada de férias é um período que exige cuidados, por parte dos tutores, com os animais

Postado em: 18-01-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Temporada de férias é um período que exige cuidados, por parte dos tutores, com os animais

No mês de janeiro muitas famílias tiram férias, e a maioria opta por ter um momento de descanso no litoral. No entanto, essa temporada é um período de alerta para tutores de cães que aproveitam para ir à praia. Por ser uma região com maior incidência de mosquitos vetores, o risco no litoral é maior do que em outras áreas. Por esse motivo, vermífugos e repelentes são importantes medidas de prevenção. 


Verme do coração

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Regiões litorâneas e áreas com muita mata apresentam maior probabilidade de parasitismo pelo verme do coração. Transmitida pela picada de mosquitos infectados pelo verme Dirofilaria immitis, a doença afeta o coração dos animais e pode levá-los a óbito se não for tratada corretamente.

Por ser uma doença vetorial, de difícil diagnóstico e com sintomas discretos nas fases iniciais, a prevenção é a melhor forma de proteger os cães durante as viagens para áreas de risco. “A prevenção pode ser feita com o uso de vermífugos específicos, capazes de eliminar as microfilárias (formas larvais iniciais) do verme do coração e com repelentes que evitem a picada do mosquito”, explica Ricardo Cabral, veterinário da Virbac – empresa dedicada exclusivamente à saúde animal.

O especialista ainda orienta que a prevenção não deve ser apenas algo pontual. “Quanto antes iniciar, melhor. A indicação da AHS (American Heartworm Society) é que a prevenção seja constante desde antes de 8 semanas de vida do animal. Não é recomendável fazer a prevenção apenas quando levar o animal ao litoral, pois o risco de o tutor esquecer de aplicar a medicação é grande”, ressalta.


Sintomas 

Durante as primeiras fases da doença, até os dois meses subsequentes à infecção, o animal pode não apresentar nenhum sintoma. Depois desse período, as larvas caem na circulação sanguínea e chegam aos vasos pulmonares. Nessa fase, alguns animais podem apresentar sintomas discretos como falta de apetite, apatia e tosse. Nos meses seguintes, caso a doença não seja tratada, os vermes crescem e migram para artérias maiores e câmaras cardíacas, onde causam lesões nos vasos e os sintomas começam a se intensificar. 

Tosse persistente, dificuldade em respirar, língua azulada, intolerância ao exercício, falta de ar e desmaios podem se tornar frequentes. Com vermes adultos no coração, dependendo da carga parasitária, o animal pode apresentar sinais ainda mais graves como distensão e aumento de volume abdominal e lesões em outros órgãos como rins e fígado.

Após a picada pelo mosquito contaminado, a migração do verme da pele para o coração pode ocorrer entre dois e quatro meses, instalando-se no lado direito do órgão e ocasionando lesões locais. Pode levar um total de sete a nove meses até que os vermes atinjam a idade adulta e se reproduzam, liberando novas microfilárias na circulação.


Tratamento

O diagnóstico da doença é feito por meio de exames de sangue e outros laboratoriais. Já o tratamento consiste na aplicação de medicamentos orais ou injetáveis nos estágios menos avançados – quando os vermes ainda não estão no coração. “Nos estágios mais avançados, quando vermes adultos estão presentes nas câmaras cardíacas, sinais de doenças do coração podem se desenvolver e, nesses casos, é recomendável estabilizar o animal antes de iniciar o tratamento capaz de eliminar essas formas adultas dos vermes”, finaliza Ricardo Cabral. 

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