Terapia com animais melhora qualidade de vida de idosos

Animais oferecem diferentes estímulos a níveis físico e psíquicos em idosos que ainda permanece em isolamento | Foto: Divulgação

Postado em: 10-02-2021 às 08h30
Por: Redação
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Animais oferecem diferentes estímulos a níveis físico e psíquicos em idosos que ainda permanece em isolamento | Foto: Divulgação

Elysia Cardoso

É comprovado que os animais
contribuem para a melhora da qualidade de vida das pessoas. Pesquisas
brasileiras e de outros países indicam que animais como cães, gatos, cavalos e
aves podem ser utilizados para fins terapêuticos, oferecendo diferentes estímulos
a níveis físico e psíquicos nos seres humanos.

Com objetivo de promover estes
benefícios na vida de idosos, especialmente em períodos de isolamento social e
distanciamento do convívio com familiares, casas de repouso apostam em terapias
que sejam capazes de oferecer bem-estar. Uma pesquisa publicada pela American
Association of Geriatric Psychiatry indica que 20% da população acima de 55
anos tem algum tipo de problema de saúde mental. Transtornos de humor,
ansiedade, bipolaridade e depressão representam casos mais frequentes entre a
faixa etária.

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Estes transtornos são percebidos
com mais frequência durante o distanciamento de idosos na pandemia de Covid-19
que ainda se faz presente na sociedade. Na contramão, a Terapia Assistida por
Animais (TAA), também conhecida como Pet Terapia, está sendo utilizada para
amenizar o sentimento de solidão dos idosos isolados.

Segundo Jane Mendes, responsável
técnica da casa de repouso Solary Ville a cada 15 dias são levados cães e aves
para interagir com as idosas. “Como resultado, vemos os olhos delas brilharem
com os novos companheiros. Elas fazem carinho nos bichinhos, pegam no colo e se
encantam com as visitas. Percebemos uma melhora no humor, mais serenidade e
tranquilidade entre elas”, explica.

O que as profissionais percebem
na prática é o que se chama de efeitos terapêuticos. A psicóloga Regina
Celebrone, doutora em Distúrbios da Comunicação que atende idosos há quase duas
décadas, explica que os animais são portadores de afetos que os humanos
transferem, projetando sentimentos e humanizando o animal. “Na solidão do
idoso, é um companheiro. É uma ótima alternativa, já que o idoso está privado
dos relacionamentos sociais de grupo, como grupos de ginástica e clubes, por
exemplo. O pet tem essa função de substituir os relacionamentos humanos”,
destaca.

As visitas

As idosas aguardam ansiosas pelos
encontros com os animais. “Tudo acontece de forma bastante tranquila. Os
animais são dóceis, dão e recebem carinho. As idosas interagem com eles no colo
e brincam bastante. Já notamos uma melhora na qualidade de vida delas”,
destaca Jane.

Para que seja um momento benéfico
para os humanos e animais, é preciso levar em consideração algumas questões
nesta relação. Existem contraindicações que podem gerar mais estresse nos
idosos. Antes de dar continuidade à pet terapia, é preciso observar quadros
alérgicos e respeitar aqueles que não gostam ou têm medo dos animais. É
importante observar idosos que não se sentem bem com pelos e também avaliar
aqueles que não possuem muita autonomia para lidar com os bichos. “É
preciso fazer uma análise individual com os idosos, pois existem casos que o
benefício terapêutico não supera o desconforto. O pet pode estimular ou piorar
o sentimento de impotência do idoso”, explica a psicóloga.

Com as idosas que posam para fotos com as aves,
o cenário é diferente. “O objetivo é beneficiar a saúde mental, social,
física e emocional das idosas e está dando certo. As visitas se tornaram
momentos de alegria e descontração”, finaliza Jane. (Especial para O Hoje)

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