Crise na Casa Branca ameaça atingir assessores de Trump

Em meio à crise, parlamentares dos partidos Republicano e Democrata disputam frente das investigações no Congresso

Postado em: 15-02-2017 às 10h11
Por: Renato
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Em meio à crise, parlamentares dos partidos Republicano e Democrata disputam frente das investigações no Congresso

Há menos de 30 dias da posse do presidente Donald Trump, a
crise na Casa Branca ameaça se espalhar. O FBI – polícia federal
norte-americana -, agências de inteligência e o Congresso dos Estados Unidos
estão investigando o possível envolvimento de outros conselheiros, que ocupam
altos postos no atual governo, com autoridades da Rússia durante as eleições
presidenciais de 2016.

As investigações sobre o assunto começaram há algumas
semanas e atingiram o auge com a saída do conselheiro de Segurança Nacional, Michael
Flynn, que foi obrigado a pedir demissão na segunda-feira (13). Segundo a Casa
Branca, Michael Flynn induziu a erro o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike
Pence, ao mentir sobre a verdadeira dimensão de seus contatos com a embaixada
russa em Washington. Antes de o assessor pedir demissão, Mike Pence chegou a
dar várias entrevistas defendendo Michael Flynn e negando os contatos entre o
ex-conselheiro da Casa Branca e os russos.

Em meio à crise, parlamentares dos partidos Republicano e
Democrata disputam para tomar a frente das investigações no Congresso Nacional.
Alguns republicanos vêm demonstrando preocupação com a possibilidade de que
outros membros do gabinete de Trump tenham mantido contato frequente com
oficiais russos de inteligência ao longo do ano passado. Mas os republicanos,
que são maioria no Congresso, por enquanto ainda não estão aceitando a proposta
dos democratas de fazer uma investigação mais profunda, com poderes para
entrevistar membros do governo e ter acesso a documentos secretos. A ideia é
conduzir um exame independente sobre os contatos entre os que hoje ocupam
posições chave no governo e autoridades russas. Eles ainda consideram que três
grupos que examinam o assunto no Congresso são suficientes.

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A preocupação dos congressistas, porém, não é acompanhada
pelo porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, que deu entrevista nessa
terça-feira (15) dizendo que “não houve contatos pré-eleitorais”
entre a equipe Trump e as autoridades russas. Mas as palavras de Spice estão
sendo relativizadas pela imprensa norte-americana, que lembra que, no mês
passado, portanto antes da saída de Michael Flynn, Donald Trump também tinha
negado qualquer contato entre seus assessores e os russos.

O pedido de demissão de Michael Flynn não foi o primeiro
caso que mostrou afinidades entre assessores de Trump e os russos. No fim de
agosto do ano passado, Paulo Manafort, então coordenador da campanha eleitoral
de Donald Trump, renunciou à função depois de revelações de que sua empresa
fazia um lobby secreto em favor de um partido político pró-Rússia, da
Ucrânia. Mas, mesmo depois que assumiu o governo, em 20 de janeiro, Donald
Trump tem mantido postura amigável à Rússia e jamais criticou as ações do
presidente Vladimir Putin.

Foto: R7 

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