Em protesto, xeique não recebe vice dos EUA

Mandatário da mesquita Al Azhar faz manifestação por causa da decisão de Washington de reconhecer Jerusalém como capital de Israel

Postado em: 09-12-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Mandatário da mesquita Al Azhar faz manifestação por causa da decisão de Washington de reconhecer Jerusalém como capital de Israel

O xeique da mesquita Al Azhar, uma das principais instituições do islã sunita, Ahmed el Tayeb, se recusou na última sexta-feira (8) a reunir-se com o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, em protesto pela decisão de Washington de reconhecer Jerusalém como capital de Israel. A informação é da EFE.

“A Al Azhar não pode sentar-se com quem falsifica a história, rouba os direitos dos povos e agride seus lugares sagrados”, afirmou em seu site oficial o Conselho dos Sábios dos Muçulmanos, presidido por Tayeb.

Em comunicado, o Conselho dos Sábios explicou que o xeique tinha aceitado um convite para se reunir com Pence durante a visita que este fará ao Egito neste mês, mas decidiu recusá-lo após o anúncio do presidente americano, Donald Trump, a respeito da transferência da embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém.

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“O presidente dos EUA deve retratar-se imediatamente desta decisão equivocada”, acrescentou Tayeb, que atribuiu a Trump a responsabilidade de “inflamar o ódio nos corações dos muçulmanos”.

Após a oração da última sexta, Tayeb se dirigiu ao povo palestino assegurando que a “terceira intifada”, que foi convocada por vários líderes palestinos, “deve estar no nível da sua fé e do seu amor à pátria. Estamos com vocês e não os decepcionaremos”, acrescentou.

Milhares de pessoas se manifestaram na sexta em um grande número de países árabes após a oração de sexta-feira, para demonstrar sua rejeição à decisão de Trump. A expectativa é que os ministros de Relações Exteriores das nações árabes se reúnam hoje no Cairo para estudar a medida do mandatário americano.


Pedido

O presidente da França, Emmanuel Macron fez, na última sexta-feira (8), um apelo à tranquilidade e à responsabilidade de todos, após o anúncio dos Estados Unidos (EUA) sobre o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, ao qual se mostrou crítico. 

Na abertura de uma reunião em Paris do chamado Grupo Internacional de Apoio ao Líbano, Macron manifestou a esperança de que a iniciativa de Washington, que em sua opinião deveria ser objeto de uma negociação entre as partes, “não acabe aumentando a instabilidade na região”.

O presidente francês qualificou, nos últimos dias, de “desafortunada” a reviravolta dada pelo presidente americano, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, à margem da negociação com os palestinos.

Sobre essa questão também se pronunciou o primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, considerando que o apoio que seu país deve receber para a estabilidade da comunidade internacional é “ainda mais urgente” após a decisão de Trump.

Além de assegurar que isso vai complicar o processo de paz entre palestinos e israelitas, Hariri reiterou sua rejeição à nova posição americana e sua aposta em uma solução de dois Estados que permita tornar também Jerusalém a capital da Palestina. (Agência Brasil) 

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