Filipinas decretam alerta máximo depois de ameaça de erupção vulcânica

Mayon teve uma erupção pela primeira vez na tarde de sábado, liberando nuvens e cinzas, e o organismo estatal, que no domingo decretou nível 2, decidiu aumentá-lo para 3 nas últimas horas

Postado em: 15-01-2018 às 10h15
Por: Márcio Souza
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Mayon teve uma erupção pela primeira vez na tarde de sábado, liberando nuvens e cinzas, e o organismo estatal, que no domingo decretou nível 2, decidiu aumentá-lo para 3 nas últimas horas

As Filipinas estão em alerta
máximo devido ao vulcão Mayon, que segundo especialistas pode entrar em erupção
de maneira iminente após ter liberado, durante o final de semana, espessas
nuvens de cinzas e forçar o deslocamento de milhares de pessoas.

A agência sismológica das
Filipinas (PHIVOLCS) elevou nesta segunda-feira para “crítico” o
nível de alerta perante a possibilidade deste vulcão, situado ao leste do
arquipélago e a cerca de 350 quilômetros de Manila, expulsar rios de lava sobre
populações e campos.

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Mayon teve uma erupção pela
primeira vez na tarde de sábado, liberando nuvens e cinzas, e o organismo
estatal, que no domingo decretou nível 2 (“crescente preocupação”),
decidiu aumentá-lo para 3 nas últimas horas.

Depois da primeira erupção ocorreram
outras duas, que provocaram 158 desprendimentos de rochas e o deslocamento em
massa de mais de mil pessoas em um raio de 6 quilômetros.

Hoje, o raio foi ampliado para 7
quilômetros, e o número de pessoas deslocadas subiu para 12.044, informou à Agência
EFE a porta-voz do Escritório de Defesa Civil da província de Bicol, Rachel Ann
Miranda.

“Tudo indica que vai haver
uma erupção mais forte, por isso nos preparamos para diferentes cenários”,
assegurou a porta-voz, após confirmar que já não restam civis na área de
perigo.

A erupção pode ocorrer de forma
iminente, mas também pode demorar semanas, por isso as autoridades locais
buscam modos de facilitar uma “evacuação a longo prazo” dos moradores
hospedados em refúgios temporários ou centros escolares, indicou Miranda.

O próximo passo, assegurou, será
retirar “os animais da zona de perigo com o objetivo de que os moradores
não tenham que retornar às aldeias para resgatar o gado”.

Segundo o último comunicado da
PHIVOLCS, o vulcão “mostra uma relativa alta instabilidade e tem magma na
cratera, sendo assim é possível que ocorra uma erupção perigosa em questão de
semanas ou inclusive dias”.

A agência informou que a cratera
“mostra um resplendor brilhante que indica o crescimento de um novo domo
de lava e as primeiras correntes de lava para as ladeiras do lado sul”.

Além de decretar a evacuação de
pessoas e animais da zona de perigo, as autoridades restringiram o voo de
aviões nas imediações.

A atividade do Mayon foi notada
na zona através de fortes estrondos e um intenso cheiro de ácido sulfúrico,
segundo os testemunhos feitos à imprensa pelos moradores das localidades
divisórias.

No entanto, hoje o vulcão deixou
de desprender cinzas e desapareceu da vista pelo intenso nevoeiro que se
misturou com as nuvens de gases que ainda emanam de sua cratera.

A erupção mais potente na
história da Filipinas e a segunda maior do mundo no século 20 foi a do
Pinatubo, em junho de 1991, que deixou cerca de 850 mortos e mais de 1 milhão
de afetados, além de gerar uma capa global de ácido sulfúrico que causou danos
na atmosfera.

O arquipélago filipino, onde há
23 vulcãos ativos, está localizado sobre uma zona de intensa atividade sísmica
inscrita dentro do chamado “Anel de Fogo do Pacífico”, que se estende
desde a costa oeste do continente americano até a Nova Zelândia, passando pelo
Japão, Filipinas e Indonésia. 

Com informações da Agência Brasil. Foto: Reprodução

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