Políticos goianos são citados em documentos da Odebretcht
O Governador Marconi Perillo (PSDB), o prefeito Paulo Garcia (PT) e o ex-senador Demóstenes Torres estão relacionados na lista de doações da empreteira
Da redação
Documentos apreendidos pela Polícia Federal (PF) e revelados ontem (23) listam possíveis repasses de dinheiro da construtura Odebrecht para mais de 200 políticos de 18 partidos, entre eles estão três goianos. Essa pode ser a maior relação de políticos e partidos associada a pagamentos de uma empreiteira até o momento no Brasil.
Os arquivos estavam com Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da empresa, e foram apreendidas na 23ª fase da operação Lava Jato, batizada de “Acarajé”, realizada em 22 de fevereiro. Entre os nomes relacionados nos documentos estão os políticos da oposição Aécio Neves (PSDB-MG), Romero Jucá (PMDB-RR), Humberto Costa (PT-PE) e Eduardo Campos (PSB), morto em 2014.
De Goiás, o governador Marconi Perillo (PSDB), o prefeito Paulo Garcia (PT) e o ex-senador Demóstenes Torres foram citados. De acordo com a documentação, durante as campanhas de 2010, Perillo teria recebido R$ 200 mil em uma conta no Banco do Brasil. Já o então senador em 2010, Demóstenes, pode ter recebido R$ 1,2 milhão, na mesma época.
Em nota enviada à imprensa na tarde de hoje, o prefeito Paulo Garcia negou que tenha recebido qualquer doação da Odebrecht. Leia mais em: “Não pratiquei quaisquer atos ilícitos”, diz Paulo Garcia
A planilha também aponta o recebimento de R$ 100 pelo prefeito Paulo Garcia.
Os documentos ainda não foram analisados pela Polícia Federal e, até o momento, não há indicativos de que os pagamentos sejam irregulares.
Cartel
Além de citar políticos e partidos, as listas da Odebrecht também apresentam inúmeras anotações manuscritas que fazem referência a repasses para políticos e partidos com outras empresas referentes a obras. Documentos sobre “campeonatos esportivos”, que revelaram a atuação de cartel das empreiteiras em obras na Petrobrás também aparecem.
Sigilo
No início da tarde de hoje (23), o juiz federal Sérgio Moro decretou sigilo sobre a lista e pediu ao Ministério Público Federal que se manifeste sobre a possível remessa da documentação ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil