O Hoje, O melhor conteúdo online e impresso - Skip to main content

quinta-feira, 29 de agosto de 2024
PublicidadePublicidade
São Miguel do Araguaia

Quinze pessoas são resgatadas de trabalho escravo em zona rural em Goiás

Parte dos trabalhadores era oriunda do Maranhão. Eles estavam alojados em condições precárias, num barraco improvisado próximo a um retiro da fazenda, objeto de fiscalização

Postado em 7 de fevereiro de 2018 por Márcio Souza
Quinze pessoas são resgatadas de trabalho escravo em zona rural em Goiás
Parte dos trabalhadores era oriunda do Maranhão. Eles estavam alojados em condições precárias

Em operação conjunta realizada
por auditores-fiscais da Superintendência Regional do Trabalho de Goiás
(SRT-GO), integrantes do Ministério Público do Trabalho e agentes Polícia
Rodoviária Federal, realizada entre 29 de fevereiro e 3 de fevereiro, foram
resgatados 15 trabalhadores que estavam laborando em condição análoga à de
escravo num conjunto de fazendas no município de São Miguel do Araguaia (GO), a
cerca 500 km de Goiânia. 

A situação se configurou pelas condições extremamente
precárias de alojamento, somadas a outras irregularidades, como o não
fornecimento de equipamentos de trabalho, a inexistência de registro dos
empregados e não pagamento de direitos trabalhistas, de acordo com o que
constataram os auditores-fiscais do Trabalho.

O estabelecimento alvo da
operação é uma grande propriedade rural, formada por três fazendas contíguas,
com cerca de 17 mil hectares e 12 mil cabeças de gado, pertencente a um
empresário paulista. Os trabalhadores rurais encontrados na condição análoga à
de escravo haviam sido contratados por intermédio de um suposto prestador de
serviços (que se apresentava como empreiteiro) e que registrava somente parte
dos empregados numa empresa aberta em nome de sua esposa, uma dona de casa
extremamente humilde e que nada conhecia sobre obrigações trabalhistas ou
tributárias. Dos 15 empregados, seis estavam irregularmente registrados em nome
de empresa da “laranja” e nove estavam totalmente na informalidade.

Parte dos trabalhadores era
oriunda do Maranhão e parte da cidade de São Miguel do Araguaia. Todos estavam
alojados em condições precárias, num barraco improvisado próximo a um
retiro da fazenda, objeto de fiscalização. A moradia não dispunha de paredes e
de cobertura adequada e o piso era de chão batido. Não eram fornecidos
colchões, roupas de cama e armários. Os trabalhadores dormiam em camas
improvisadas, com pedaços de espumas velhas e sujas usadas como colchão. Os
pertences pessoais ficam espalhados pelo local. 

Foto: Divulgação 

Veja também