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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Cuidado

Parto humanizado faz parte das ações para diminuir cesáreas

Número de partos normais na rede pública chegou a 58%, contra 41% de cesarianas, percentual que ainda é considerado alto

Lucas de Godoipor Lucas de Godoi em 14 de março de 2018
Parto humanizado faz parte das ações para diminuir cesáreas
Número de partos normais na rede pública chegou a 58%

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O Ministério da Saúde anunciou no dia 7 de março a criação de sistema online que, a partir do dia 19 de março, vai monitorar a quantidade de cesarianas realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Brasil. A intenção é diminuir a realização desse tipo de parto quando desnecessário. 

O Brasil ocupa o segundo lugar no mundo em percentual de
cesarianas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) – o primeiro é a
República Dominicana. Por aqui, 57% dos nascimentos acontecem cirurgicamente,
bem acima dos 15% recomendados pela instituição. No ano passado, de acordo com o
Ministério, na rede pública o número de partos normais chegou a 58%, contra 41%
de cesarianas, percentual que ainda é considerado muito alto pelas autoridades
da saúde.

Em Goiás a situação não é diferente. O Estado apontou
crescimento no número de cirurgias cesarianas nos últimos cinco anos. Aparece
com 66,76% dos partos cesáreos em 2013, e 69,13% em 2017, de acordo com
levantamento divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado de Goiás (SES/GO).

Outra ação do Ministério que deve chegar às maternidades do
país é o Projeto Parto Cuidadoso, que vai investir na capacitação de
enfermeiras obstétricas para atenção ao parto normal.

Num esforço de tentar frear as cesarianas em todo o mundo, a
Organização Mundial da Saúde (OMS) acabou de publicar novas recomendações sobre
padrões de tratamento e cuidados relacionados a mulheres grávidas. O objetivo é
reduzir “intervenções médicas desnecessárias”, já que o excesso de cesarianas
aumenta a mortalidade materna e dos bebês, aumenta o tempo de internação e
aumenta custos. “Isso não traz nenhum benefício para as mulheres, apesar
de trazer benefícios econômicos para os hospitais”, relata a
enfermeira  coordenadora do curso de
Enfermagem Obstétrica do Instituto Health, enfermeira Fabiana dos Santos
Carvalho.

Ela explica que, ao humanizar o parto (o que não quer que
trata-se de um tipo de parto em si, como a cesariana ou o parto via vaginal,
mas uma filosofia) a mãe tem total participação em relação ao que acontecerá no
momento do nascimento de seu filho, podendo escolher a presença de
acompanhantes ou não, a posição no momento do parto e o local onde o bebê
nascerá, em casa ou no hospital, na água ou no leito. “Nesses casos, deve
haver a mínima intervenção médica, porém sem deixar de colocar a saúde da mãe e
do bebê em primeiro lugar”, afirma Fabiana.

Ela relata que a incorporação das doulas, nas práticas de
nascimento representa resgatar aquilo que é um acontecimento fisiológico
natural em qualquer mulher. “Doula é uma contribuição efetiva à
humanização da assistência ao parto e ao empoderamento feminino e sobre a
diminuição dos partos cesarianos”, conclui.

 

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