Caiado defende mais investimentos do BNDES em Goiás
Governador se queixou da concentração de recursos na região Sul e Sudeste. Ele quer mais recursos do banco para infraestrutura
Lucas de Godoi
O governador Ronaldo Caiado defendeu nesta quinta-feira (24), uma fatia maior do orçamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para as regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, que segundo ele, ficam com apenas 15% do orçamento da instituição. Sua fala ocorreu após a escolha do novo presidente do Consórcio Brasil Central, uma autarquia criada para fomentar o desenvolvimento e competitividade de Goiás e outras seis unidades federativas do Brasil.
Ronaldo Caiado disse acreditar no modelo de consórcio, que se assemelha ao cooperativismo e oferece condições melhores para exigir do Governo Federal o investimento em obras de infraestrutura. Caiado tem se posicionado a favor do tema, como forma de melhorar a logística no Estado. “Centro-Oeste, Norte e Nordeste ficam com apenas com 15% [dos empréstimos do BNDES]. Avançar nessa parte é fundamental para o desenvolvimento e [para] podermos ter também melhorias e qualidade de renda e melhor qualidade de vida”, ressaltou.
O governador também apontou problemas no acesso à compra de insumos, principalmente do mercado farmacêutico. Segundo ele, alguns remédios estão disponíveis apenas em um distribuidor, o que dificulta as negociações. Assim, ele defendeu que o Consórcio promova oportunidades de negócio no Exterior. “Se nós temos a capacidade de aglutinar sete estados e sete governadores, podemos também abrir para uma compra internacional, e com isso ter maior capacidade de enfrentar esse monopólio que existe, dando resultados para os nossos municípios”, falou sobre melhorar a oferta de medicamentos nos hospitais do estado.
Em resposta à imprensa, Caiado voltou a falar da grave crise fiscal que o estado enfrenta. Disse que tem atuado junto às secretarias para auditar todos os contratos, realizar cortes de gastos e inserir políticas de combate à corrupção. Ele também criticou o alto custo da folha de pagamento, que chega a custar 82% da receita líquida do estado. “Essa situação é muito mais do que calamitosa e infelizmente, no estado de Goiás, isso é uma realidade. Como administrar um estado com 82% comprometido exatamente com a folha de pagamento?”, questionou ao destacar que a gestão anterior deixou a folha de pagamento de dezembro em aberto e um resquício dos acertos de novembro.
Reeleito
O governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), foi reeleito para presidir o Consórcio Brasil Central. Ronaldo Caiado afirmou que ele foi escolhido por ser um dos dois governadores que foram reeleitos em 2018 e, portanto, fizeram parte da gestão anterior. “Ele já tem uma experiência maior, já conviveu na formatação do consórcio e também tem um momento político no seu estado que permite se ocupar mais neste momento que queremos passar para a parte prática”, afirmou Caiado.