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domingo, 24 de novembro de 2024
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Economia

Goiás terá que aprovar teto de gastos até 2027 para ingresso no RRF

Programa de renegociação de dívida será apresentado até 12 de junho.

Postado em 24 de maio de 2021 por Samuel Straioto
Goiás terá que aprovar teto de gastos até 2027 para ingresso no RRF
Programa de renegociação de dívida será apresentado até 12 de junho | Foto: Marcos Kennedy/Alego

Após a votação unânime no Supremo Tribunal Federal (STF), a favor da entrada de Goiás no Regime de Recuperação Fiscal (RRF), o Estado ainda terá um caminho a perguntar para efetivo ingresso no programa. Goiás irá apresentar no próximo dia 12 de junho o programa de renegociação da dívida e o STF irá se pronunciar novamente até o dia 21 de junho.

Ainda há a necessidade de prorrogação do teto de gastos até 2027, para isso o governo precisará enviar projeto à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Além de ser beneficiado no programa, Goiás ainda tem a suspensão do pagamento das dívidas não pagas desde 2019, por um período de 18 meses. O valor chega a R$ 4 bilhões.

Neste final de semana, o governador Ronaldo Caiado (DEM) relatou que o plano de recuperação fiscal ficará pronto até dezembro de 2021 e o Estado irá ingressar a partir de janeiro de 2022. “Todas essas dívidas foram agrupadas para que elas sejam renegociadas. Hoje nós estaríamos pagando em torno de R$ 2,5 bilhões por ano. Com a renegociação da dívida, nós vamos ter que pagar inicialmente em torno de R$ 400 milhões por ano. Depois vai sendo acrescido e vai chegar lá em 2027 em torno de R$ 1 bilhão”, relatou o governador.

A adesão será válida por um período de seis anos. O Estado começa a pagar as dívidas em 2023. Hoje o valor da dívida do Estado hoje gira em torno de R$ 23 bilhões, que deverão ser pagos nos próximos 360 meses.  “Vamos começar a pagar uma coisa muito pequenininha, R$90 milhões, depois, como o governador falou, R$400 milhões, depois R$900 milhões, R$1 bilhão… Isso vai crescendo conforme nossa Receita Corrente Líquida (RCL) vai aumentando e vai chegar em uma multa máxima, lá no futuro, de uns R$2 a R$2,1 bi a pagar, quando nossa RCL for muito maior. Isso é um legado para o futuro, um legado para Goiás”, afirmou a secretária de Economia, Cristiane Schmidt.

A secretária de Economia relatou que a Secretaria de Tesouro Nacional (STN), do Ministério da Economia, já aprovou o plano de recuperação fiscal de Goiás, exceto por alguns ajustes. “85% a 90% do nosso plano já estão de acordo com os parâmetros todos da STN. A nossa dinâmica vai fazer com que nenhum gestor tenha que pagar essa barbaridade do serviço da dívida por alguns fatores. A gente vai abater ao longo desse tempo, amortizar a dívida que está lá. Não vamos deixar a dívida correndo, vamos amortizando conforme formos vendendo ativos. Isso está dentro do plano”, disse a secretária.

Teto de gastos

Para efetivar o ingresso no RRF, o governo precisará enviar um projeto à Assembleia Legislativa que fará a expansão do período do teto de gastos do Estado. Atualmente, Goiás é obrigado a cumprir o teto até o anova que vem. A despesa primária corrente (despesas com pessoal e custeio) fica limitada ao IPCA.  Para ingressar no RRF, o Estado precisará da ampliação das regras de teto de gastos até 2027. A PEC do Teto deve ser encaminhada nos próximos dias e proíbe concessão de aumentos e benefícios aos servidores acima da inflação enquanto o RRF estiver em vigência.

“Um projeto de lei será votado na Assembleia com o valor limite estabelecido pelo STF para o teto. Já estamos cumprindo, ela simplesmente será ampliada até onde [a data que] o STF determina. Teremos o reajuste de acordo com o processo inflacionário. Não estamos engessando o teto, estamos dizendo que não podemos fura-lo”, destacou o governador Ronaldo Caiado. A secretária de Economia, Cristiane Schimdt, explicou que a PEC que será enviada à Alego será uma réplica do que já está previsto nacionalmente. “Independentemente de RRF, temos uma limitação por três anos consecutivos da Lei Complementar (LC) 156. Esse é o balizador da União e que vale para todos os estados que furaram o teto em 2018, não é só para Goiás”, explicou. Parte do funcionalismo público é contra e deve haver mobilização para que a matéria não seja aprovada.

CAPAG 

A secretária de Economia ainda destacou que havia uma meta maior do que simplesmente entrar no RRF, que era melhorar a chamada Capacidade de Pagamento (Capag). Goiás hoje apresenta nota C, numa classificação de A à D. A é o melhor índice e D o pior. Com nota C, o Estado não pode contratar empréstimos com aval da União. Goiânia, por exemplo, apresenta nota A, segundo prévia divulgada pela Secretaria do Tesouro Nacional. Cristiane Schimdt acredita ser possível atingir a meta, mas admite que há dificuldades para que isto ocorra. “Minha meta nunca foi entrar no RRF. Minha meta é ser Capag B. Obviamente que isso é uma consequência de ações. Então a gente não tem como exatamente fazer uma previsão. Eu adoraria entregar o governo com Capag B. Vou conseguir? Não sei, é o que eu quero”, completou a gestora. (Especial O Hoje)

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