O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou na manhã desta quarta-feira (11/08), a apoiadores, que muitos deputados optaram por abster de votar na Proposta de Emenda a Constituição (PEC) do voto impresso por “chantagem” e medo de “retaliação”.

A proposta de voto impresso, amplamente defendida por Bolsonaro, foi derrubada em votação durante a noite dessa terça-feira (10/08). Foram 218 votos contrários, 229 a favor e 1 abstenção. Porém, a matéria precisava de, no mínimo, 308 votos favoráveis para ser aprovada.

“Quero agradecer à metade do Parlamento que votou favorável ao voto impresso. Parte da outra metade que votou contra entendo que votou chantageada. Outra parte que se absteve, dessa parte alguns ali também não votaram com medo de retaliação”, disse Bolsonaro.

O presidente voltou a atacar o ministro Luís Roberto Barroso – presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mencionando possíveis interferências. “Então, com problemas essas pessoas resolveram votar lá com o ministro lá, presidente do TSE”, prosseguiu.

Bolsonaro voltou também a indicar que não aceitará o resultado das eleições de 2022. “Hoje, sinalizamos para uma eleição que… Não é que está dividida. Uma eleição onde não vai se confiar no resultado das apurações.”

Proposta

A PEC do voto impresso foi proposta pela deputada Bia Kicis (PSL-DF), que na tentativa de reverter da derrota, pediu aos colegas para não analisarem o projeto como sendo algo pessoal do presidente Bolsonaro, mas do eleitor.

“O rumo do debate foi completamente desvirtuado”, apontou a deputada. “Essa não é a PEC do presidente Bolsonaro. Essa não é a minha PEC. Por isso eu gostaria de despolitizar essa discussão”, discursou.