O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), que tem mostrado preferência em apoiar um presidenciável de centro nas eleições de 2022, terá que definir sua posição agora que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) caminha para se filiar ao PL.

A avaliação é do presidente da legenda em Goiás e marido da deputada federal Magda Mofatto (PL), Flávio Canedo, em entrevista ao jornal O Hoje. Para ele, uma composição entre Mendanha e Bolsonaro não está descartada.

“Lógico [que podem estar no mesmo palanque]. Por que não?”, disse o presidente do PL goiano. “O eleitor do Mendanha não é de esquerda. As eleições em Goiás, assim como no Brasil, estão polarizadas, e ele terá que tomar uma posição.”

O PL, segundo Canedo, “sonha” com a filiação de Mendanha, para quem o convite já foi feito, mas, se ele preferir um outro partido, continuará apoiando o prefeito de Aparecida de Goiânia, pré-candidato ao Palácio das Esmeraldas em oposição ao governador Ronaldo Caiado (DEM/União Brasil) nas eleições do ano que vem.

Filiação de Bolsonaro

O ex-deputado federal e presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, recebeu “carta branca” dos diretórios regionais do partido, de acordo com comunicado divulgado à imprensa, para conduzir o processo de filiação de Bolsonaro, com quem teve um desentendimento recente.

Canedo afirma que, na prática, isso não muda nada em Goiás, uma vez que o PL goiano já apoiava o presidente. “Continuamos do mesmo jeito, alinhados a Bolsonaro e a Mendanha.”

O que muda é a chegada do deputado federal Vitor Hugo (de saída do PSL), um “soldado de Bolsonaro”, nas suas próprias palavras, que se filiará ao mesmo partido do presidente.

Em relação ao comando do diretório estadual, a possibilidade de mudança “nunca foi cogitada”, segundo Canedo. Por sua vez, Vitor Hugo ressaltou à reportagem que prefere “não falar sobre hipóteses”. “O presidente ainda vai discutir a forma de acomodar seus aliados em cada estado.” 

Candidatura própria

Outro assunto que ainda será tratado por Bolsonaro é a definição quanto a candidaturas próprias a governador. O próprio deputado federal é cotado para disputar o Palácio das Esmeraldas, mas faz questão de dizer que “ainda é muito cedo”, apesar de achar que “existe espaço para uma candidatura bolsonarista”.

Para ele, Mendanha não se encaixa nesse quesito, já que se aliou a partidos de esquerda quando concorreu à reeleição em Aparecida de Goiânia. “Não havia necessidade, porque as pesquisas já o colocavam como favorito.”

Canedo, por outro lado, lembra que o PSL também esteve na aliança de Mendanha e confirma que ainda não houve conversas sobre um candidato próprio de Bolsonaro em Goiás. “Vitor Hugo tem todo o direito de querer ser candidato, mas o PL não entra em aventuras e ele precisa se viabilizar.”

Tarcísio

Vitor Hugo e Canedo concordam com as chances de o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas (sem partido), concorrer ao Senado pelo PL em Goiás, conforme o jornal O Hoje já havia antecipado.

“Já fiz o convite formal para ele ser nosso candidato a senador”, revela o presidente do PL goiano. De acordo com Vitor Hugo, “as chances são grandes e isso está no radar dele de uma maneira muito forte, mas também existe a possibilidade de ele disputar o governo de São Paulo”. (Especial para O Hoje)