Interlocutores próximos ao governador Ronaldo Caiado (UB) seguem defendendo a necessidade de convergência em torno de um único nome na disputa ao senado. Isso porque alguns players palacianos avaliam que a possibilidade de ter candidaturas isoladas só fortaleceria a oposição. 

A ideia foi defendida, inclusive, durante a recente passagem do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, pela Capital. Ele esteve com o governador onde expressou seu ponto de vista sobre o assunto. Para o político, o mais prudente é que o governador siga os moldes tradicionais — ou seja, aponte um único nome. 

Por motivos óbvios, a defesa de Kassab aponta para o nome do presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Lissauer Vieira (PSD). “Mas ficou claro durante seu encontro com o governador que o partido só caminhará com Caiado caso o governador apoie Lissauer”, disse uma fonte do alto escalão da política goiana.

O que parecia óbvio, no entanto, tem se tornado um ponto duvidoso. Isso porque o presidente do Legislativo goiano, diferentemente de antes, passou a considerar a possibilidade de se manter na disputa, ainda que não tenha o apoio direto e público do governador. 

O imbróglio tem forçado os aliados do governador — não apenas Lissauer, vale lembrar de Luiz Carlos do Carmo (PSC) e Alexandre Baldy (PP) —, a, ao menos, refletirem sobre diferentes possibilidades. O comentário que circula nos bastidores é que caso o governador não atenda aos interesses do PSD, o partido poderia compor com o grupo mendanhista. 

Em prol de uma aliança com o PSD, no seio do alto escalão do grupo mendanhista há quem garanta que o candidato do Republicanos ao senado, João Campos, estaria disposto a ceder sua vaga para Lissauer. Campos, neste caso, ficaria com a vice. 

O ex-prefeito de Aparecida e pré-candidato ao governo, Gustavo Mendanha, esteve na sede do jornal O HOJE onde foi sabatinado na última terça-feira (21/6) — confira a entrevista completa na página 5. Ao ser questionado sobre o assunto, disse que 

“Eu não tenho esse diálogo com o João [Campos]. Se você perguntar se eu tenho interesse no PSD, PP, PL, tenho muito interesse. Primeiro acho que eles vão esgotar esse diálogo com o governo. Não acredito que o governo dará as condições que esses candidatos esperam. E num segundo momento a gente pode conversar”, disse. 

E continuou: “acho difícil, sendo muito frio, o João abrir mão e ele veio para ser o meu candidato a senador. Agora, temos que estar abertos ao diálogo. Nunca escondi a relação que tenho de respeito, admiração e amizade pelo presidente Lissauer. Vejo que ele trouxe muita estabilidade ao governo Caiado, mas não foi reconhecido e não será reconhecido. Se ele quiser, estaremos abertos ao diálogo sim”.

Mendanha disse que ainda possui “um grupo em formação”. “Costumo dizer que sou uma pessoa que não gosta muito de conflito e procuro a convergência. Nesse sentido, a gente procura um grupo que seja unido. Então estou aberto a dialogar, compor e construir junto, independente da relação partidária”.