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terça-feira, 26 de novembro de 2024
Opinião

Mulheres na indústria: avanço na cultura da inclusão

Atualmente, as mulheres têm tido melhores oportunidades profissionais, assumindo grandes responsabilidades e realizando projetos transformadores

Postado em 30 de junho de 2022 por Redação

Alejandra Quevedo

O tema da equidade de gênero no segmento industrial está em constante evolução. Atualmente, as mulheres têm tido melhores oportunidades profissionais, assumindo grandes responsabilidades e estando envolvidas em projetos transformadores, que trazem ainda mais otimismo ao mercado. No entanto, ainda há aspectos que nos demandam atenção e esforços contínuos e o desafio está em engajar mais pessoas nesta temática e atrair as novas gerações.

De acordo com a Rede Global de Mulheres Profissionais (PWN) e a Society of Women Engineers, as mulheres jovens devem ocupar ainda mais as áreas de STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática), embora seja por meio de uma abordagem complementar. Desta forma, o enfoque agora deve ser em erradicar pensamentos estigmatizados de que as mulheres devem se concentrar apenas em carreiras “mais propensas à sensibilidade”, como as ciências humanas, ou ações inconscientes, como quando alguém entra em uma sala de reuniões e automaticamente descarta as mulheres como líderes.

O tema diversidade, equidade e inclusão vai muito além e abarca inúmeras causas. E, no ambiente fabril, por tratar-se de um setor dominado por homens, o conceito DEI concentra-se ainda mais nas mulheres. Entretanto, pesquisas apontam que a diversidade pode beneficiar toda a cadeia produtiva, uma vez que as mulheres, por exemplo, são mais capazes de inovar, gerando maiores retornos sobre o patrimônio líquido, impulsionando o lucro das companhias. E, conforme revela uma pesquisa da consultoria McKinsey, empresas que apostam em diversidade de gênero e étnica podem ampliar seus lucros em 15% e 35%, respectivamente.

Para erradicar o preconceito, é mais do que necessário que as empresas promovam a diversidade, a equidade e a inclusão como um recurso da organização e como parte da cultura organizacional. Assim, ao entender que os preconceitos inconscientes são uma característica do ser humano, busca-se não limitar os resultados corporativos e isso é explicado pelo viés da afinidade, por meio de uma predileção por nos relacionarmos com pessoas que pensam da mesma forma.

É claro que existem também preconceitos individuais internos que, segundo os especialistas, é conveniente erradicar. Às vezes, as mulheres jovens limitam suas carreiras porque esperam ter filhos em breve. Porém, deve haver um equilíbrio na vida, e não há um momento certo ou errado para isso. Da mesma forma, algumas mulheres se autolimitam, acreditando que devem ter todas as qualificações para um cargo antes mesmo de se candidatarem.

Existem empresas que contam com um conselho de mulheres profissionais (PWC) que trabalha com os objetivos de DEI da empresa, se concentrando no desenvolvimento profissional, na orientação, na interação e na conscientização corporativa sobre as questões das mulheres. Atualmente, o projeto possui 26 filiais em todo o mundo e é importante para as mulheres na organização, uma vez que os homens ainda representam dois terços do corpo de funcionários.

Além disso, o conselho combina caráter social com um programa de mentores e parceiros, realiza atividades de divulgação para carreiras de STEM e planeja eventos para atrair talentos. Desta forma, a empresa é reconhecida por sua cultura de inclusão, com uma abordagem aberta à contratação, ao desenvolvimento e à promoção das mulheres.

As mulheres são fantásticas em visualizar, comunicar e ter empatia. E, para adentrar ao mercado industrial, a principal premissa gira em torno de arriscar-se e não deixar que ninguém a limite. Além disso, manter um diálogo próximo com mulheres em cargos técnicos pode ser uma ótima opção para entender um pouco mais sobre o dia a dia na fábrica.

Por fim, graças a essas habilidades de resolução de problemas, as mulheres ganham cada vez mais visibilidade no setor industrial, que vem se preocupando, na mesma medida, em oferecer mais visibilidade e oportunidades a esta importante causa.

Alejandra Quevedo é diretora de marketing na América Latina de fornecedor global de soluções em automação

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