Sindicato da Polícia Civil pede igualdade e reestruturação da carreira
As declarações são do presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás (Sinpol), Renato Rick
Os policiais civis do Estado alegam que não estão sendo assistidos de maneira igualitária pela Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) em comparação a carreiras de outros policiais. A categoria pede mais modernização da polícia civil, o que inclui aumento do número de vagas nas classes da carreira e igualdade com a carreira de outras forças policiais.
As declarações são do presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás (Sinpol), Renato Rick. Segundo ele, para melhorar a realidade da categoria, deve-se a curto prazo, solucionar as demandas pontuadas como projetos e que já são de conhecimento da Administração da Polícia Civil.
“A longo prazo, criar um canal direto entre o Governo e as categorias que compõem a base da instituição, isso se faz melhorando o diálogo com o Sinpol, pois, o sindicato representa a grande maioria dos profissionais que compõem a Polícia Civil do Estado de Goiás e, seus filiados são os profissionais lidam de forma mais próxima da sociedade, expressando os anseios dessa”, aponta.
Na última quinta-feira (30) foi realizada pelo Sinpol uma assembleia extraordinária para discutir as demandas dos policiais civis e mostrar quais foram os resultados dos últimos quatro anos. “Os principais pontos discutidos foram: isonomia às garantias que gozam outras forças policiais, tais como: pensão por morte integral, adequada a atividade policial que é de iminente risco; paridade e integralidade para todos da carreira, incluindo os policiais que ingressaram em 2017; gratificações por chefias e acúmulo de comarcas que não são acessíveis aos policiais civil”, explica Rick.
Fora de realidade
Para o presidente do Sindipol, o secretário estadual de Segurança Pública, Renato Brum, “desconhece” a realidade da categoria.“Não precisa de muito esforço para conversar com os policiais civis e perceber que todos são unânimes sobre estarmos muito longe de termos um categoria bem-estruturada”, aponta.
Ele destaca que a categoria dos policiais civis é uma das “mais falidas da segurança pública.”. Outras corporações, como bombeiros e policiais militares, têm carreiras melhores.” Rick pontua que estão sensíveis às reivindicações. “Eles querem a reestruturação da carreira, mas eles têm a carreira bem estruturada. A Polícia Civil tem suas classes, as promoções estão garantidas”, declara.
Injustiças
A reestruturação da carreira, segundo ele, está entre os principais objetivos, que já tem sido pedido desde o início da gestão do governador Ronaldo Caiado “para corrigir injustiças e demandas que não foram atendidas”.
“Nossa categoria foi a primeira a declarar apoio ao Caiado”, lembra. “Nesses quatro anos, a gente não foi ouvido, nem recebido pelo governador para uma reunião. O sentimento de frustração é muito grande.”
“Algumas categorias tiveram demandas atendidas. Não houve tratamento isonômico com os policiais civis, e nós apresentamos resultados recordes de prisões e apreensões. Ajudamos a reduzir o índice de criminalidade, o que dá força ao governo na segurança pública”, acrescenta.
1ª assembleia
Na primeira assembleia, foi decidido que os policiais civis devem mostrar à atual gestão o quanto estão insatisfeitos com o tratamento que vem sendo dado à categoria. De acordo com o Sinpol, a reunião contou com representantes de todas as regionais e de várias unidades do Estado.
O presidente Renato Rick lembra que, em relação às forças de segurança, o Sinpol Goiás tem protagonismo na luta sindical e é um espelho para outras entidades. Ele ainda recorda que há cerca de três anos o Sindicato tenta diálogo com o atual governo, sem sucesso. “Nós nunca fomos recebidos pelo Governador, nem pelo Secretário de Segurança Pública”, afirmou Renato. “Nós prestamos um serviço de excelência à sociedade e de bons resultados e por isso, merecemos essa contrapartida do governo”, concluiu o presidente.
Modernização
Já o vice-presidente do Sinpol, Charles Pessoa, lembra que a modernização da carreira é o grande pleito e que a aprovação da integralidade e paridade não foi um benefício que foi concedido, mas sim devolvido em parte, visto que a pensão por morte não atende ao que já existia.
“Além disso, ter deixado a turma de 2017 de fora da integralidade e paridade sem que o Sindicato tomasse conhecimento das intenções do governo gerou uma grande insatisfação e desconforto entre os policiais”, aponta.
Ele ainda cita o tratamento diferenciado que a polícia civil recebe se comparado às outras forças de segurança, como por exemplo em relação às pensões por morte, alíquota previdenciária e até mesmo a falta de isenção da taxa de renovação de Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A reportagem entrou em contato com a SSP-GO, mas não obteve resposta antes do fechamento desta edição.