Frota de ônibus urbanos no Brasil é a mais velha em 27 anos
Entre a preocupação dos empresários está a perda de passageiros e a dificuldade no financiamento do setor, agravado pela Covid-19
A frota de ônibus urbanos no país tem a idade média mais elevada desde o início da série histórica , em 1994 pela NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos). Segundo a entidade, os ônibus têm, em média, mais de seis anos de circulação. Entre a preocupação dos empresários está a perda de passageiros e a dificuldade no financiamento do setor, agravado pela Covid-19.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (9) e fazem parte do anuário 2021/2022. O levantamento levou em conta os nove grandes sistemas responsáveis por mais de 35% da frota nacional; Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife, São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro.
A séria Capitais no Radar, que apresentou o índice Folha de Mobilidade Urbana, também mostrou em junho que ônibus velhos afetam o dia a dias de diversos brasileiros. Em São Luiz do Maranhão, por exemplo, veículos alternativos tomaram conta da demanda diante do caos nos sistema municipal. O maior agravante do transporte, não chega a ser apenas o tempo de circulação, mas ao qual os passageiros são submetidos ao aperto e sucateamento da frota.
“O que se tem é o serviço de transporte público, insumos e operação, adequando-se ao nível de receita obtida por meio de tarifas públicas, que é menor ano após ano”, diz a análise contida no anuário. Para ele, “romper com o modelo de financiamento em vigor e adotar uma alternativa com maior participação de orçamentos públicos’’ é a melhor solução.
Em um contexto geral, a NTU já trabalha com a hipótese de um encolhimento estrutural do setor. Os representantes estimam que dificilmente a perda de passageiros ocorrida durante a pandemia será plenamente revertida nos próximos anos. Mas vale lembrar, que quanto maior o reparo, maior será a conversão à não perda de passageiros.
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No ano de 2019, eram realizadas 33,2 milhões de viagens por passageiros pagantes ao dia no país. Em 2021, esse número caiu para 22,3 milhões de pessoas. Para o passageiros com melhores condições, financiar foi a solução para resolver o desconforto no transporte.
Com queda na arrecadação, segundo a NTU, as dificuldades de caixa foram responsáveis por 397 paralisações temporárias desde março de 2020. Praticamente uma greve ou protesto a cada dois dias, durante o período de pandemia.
Diante da crise do setor, 49 empresas e seis consórcios suspenderam as atividades ou deixaram de operar. Outras 13 empresas e três consórcios entraram com pedido de recuperação judicial.
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