Agricultores investem em métodos para prevenção de pragas
No agro, elas oferecem diversas tecnologias para apoiar o produtor em seus desafios no campo e impulsionar a competitividade do agronegócio
Cada vez mais, é preciso garantir sustentabilidade na produção agrícola. Mesmo em tempos de insegurança alimentar, impulsionada pela pandemia do Covid-19 e a necessidade cada vez maior de prover comida para as populações, startups sentiram a necessidade de assegurar produtividade, preservando o meio ambiente.
Em menos de um ano, o número de startups no Brasil voltadas para o agronegócio cresceu 40%. As startups são empresas tecnológicas que desenvolvem serviços e soluções inovadoras. No agro, elas oferecem diversas tecnologias para apoiar o produtor em seus desafios no campo e impulsionar a competitividade do agronegócio.
Com 233 soluções identificadas, o Brasil é líder em inovações tecnológicas que estão solucionando desafios da indústria agrícola e de alimentos. O país detém uma fatia de 51% dos empreendimentos do chamado setor Agtech na região latino-americana. Foram 1.574 agtechs registradas no último ano. Grande parte delas voltada para soluções com o viés da sustentabilidade, para impactos imediatos na otimização de processos e aumento da produtividade.
Para o gerente de inovação da Bayer, André Fukugauti, “a maioria das empresas já nascem com o propósito de promover uma agricultura mais sustentável, produzindo mais com menos. O avanço em tecnologia foi o principal motivo desse grande crescimento das startups do Brasil, e isso associado à disponibilidade de investimento, mais acesso à informação por meio de programas de incentivo ao empreendedorismo. ’’
No agro, 85% dos pequenos e médios produtores já adotaram tecnologias que auxiliam no gerenciamento das lavouras, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A pesquisa reforça que a transformação digital no campo é a tendência menos agressiva para suprir a demanda por alimentos.
O produtor que anteriormente, produzia menos alimentos em maior período de tempo, ao adotar tecnologia de plantio à colheita, usufrui de avanços que revolucionam o campo, aumentam a produtividade, reduzindo custos e riscos.
Entre os exemplos de sustentabilidade, duas empresas criaram o ‘’Desafio de Sustentabilidade Bayer Latam’’. José Tome, cofundador da ideia explica o maior desafio do projeto. “O desafio é um grande exemplo de como grandes empresas estão colaborando com startups. São definidos temas estratégicos ligados à sustentabilidade, como a questão da emissão de gases do efeito estufa, uso eficiente de água e manejo de ervas daninhas, pragas e doenças”. Para o aumento da produtividade e o controle de pragas, alguns agricultores utilizam de fungos para proteger a lavoura.
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Fungos na proteção de lavouras
Agentes de controle biológico, conhecidos como doenças dos insetos, são microrganismos que estão na natureza e de acordo com as condições do meio ambiente, podem realizar um grande trabalho na regularização de pragas. Alguns, são vulgarmente denominados inseticidas microbianos, agentes entomopatogênicos ou entomopatógenios.
Aqueles classificados como agentes afetivos no controle biológico estão presentes em muitas culturas atacando preferencialmente pulgões, moscas brancas, cigarrinhas, moscas, besouros e ácaros pragas. As características principais de atuação dos fungos ao infectar a praga são induzir a redução da alimentação do hospedeiro, provocando uma lentidão nos movimentos, o corpo do inseto atacado incha e fica coberto pelos fungos. Em sua maioria, os fungos já existem naturalmente em muitas áreas de cultivos como soja, produção de estufas, hortaliças, algodão, plantas ornamentais, pradarias e florestas.
Muito conhecida pelos agricultores, algumas espécies já são muito conhecidas pelas startups e se tornaram praticamente obrigatórias para cultivos atacados por lagartas e para aqueles que adotam o manejo ecológico de pragas, tanto nos sistemas convencionais de cultivo como nos especiais como cultivo mínimo, plantio direto, os de ambientes protegidos e orgânico. Para a proteção das lavouras, os fungos devem ser específicos a insetos quanto ao seu nível de espécie. E o mais importante, não devem infectar os animais e as plantas.
O crescimento dos fungos é favorecido por condições úmidas, mas, apresentam estágios resistentes, que mantêm o potencial de infecção sob condições secas. No mercado agrícola, a escolha pelo método se dá principalmente em plantios de cana-de- açúcar, cafeeiro, de pastagens, de milho e de soja.