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sexta-feira, 22 de novembro de 2024
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Política

Auxiliares de Rogério Cruz entram na mira de vereadores

As manifestações mais contundentes em relação à gestão e os auxiliares partiram dos vereadores Clécio Alves, Mauro Rubem e Lucíula do Recanto

Postado em 17 de agosto de 2022 por Felipe Cardoso

O clima de tensão pairou no plenário da Câmara Municipal de Goiânia durante a reunião parlamentar da última terça-feira (16). No decorrer do encontro, que a qualquer momento poderia ser encerrado por falta de quórum, os vereadores concentraram críticas aos auxiliares do prefeito Rogério Cruz (Republicanos).

As manifestações mais contundentes em relação à gestão e os auxiliares partiram especialmente dos vereadores Clécio Alves (Republicanos), Mauro Rubem (PT) e Lucíula do Recanto (PSD). Quem introduziu o assunto foi Rubem. “Quero saber quem é o prefeito dessa cidade que não dá conta de resolver os problemas com seus auxiliares. A Comurg está fechando e o prefeito não existe. Quero saber porque o prefeito Rogério Cruz não paga o ITA”, disse o vereador ao questionar a paralisação por parte da empresa de prestação de serviços de limpeza urbana.

A empresa em questão é responsável pela prestação de serviços de locação de caminhões, maquinários, equipamentos, vans, utilitários, ônibus, carros e moto para atender às atividades da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), presidida por Alisson Silva Borges, que  teve, porém, a gestão endossada pela maioria dos vereadores. 

“A ITA está sem receber, Goiânia está sem limpeza, sem recolhimento de lixo. Nesse momento as cooperativas de catadores estão lá no Paço cobrando da prefeitura”, disse o vereador.

Na esteira, o vereador Clécio Alves aproveitou para amargar um duro discurso contra o presidente da Agência de Regulação (AR), Paulo Cesar Pereira, a quem Clécio culpabiliza pelo problema.

“Um dos maiores culpados da ITA estar sem receber é aquele sujeito, Paulo Cesar Pereira, da Agência de Regulação, que é um péssimo servidor para Goiânia, ele teve a cara de pau e a capacidade de reduzir o orçamento da Comurg de R$ 40 milhões para R$ 38 milhões em uma canetada”, disse. 

Em outro trecho ele disse ter participado de uma reunião no quinto andar da prefeitura onde teve a oportunidade de falar com Pereira. “Eu disse a ele que ele está atrapalhando o prefeito e fazendo um mal para Goiânia. Falei para sair já que não tem condições legais de ficar”, assegurou. 

E continuou: “Ele é o culpado pela situação da Comurg. [o Rogério] tem que tirar esse homem de lá. Aliás, além de irregular, suas ações prejudicam a prefeitura. Ele está arrebentando com o Rogério e o Rogério segurando aquela coisa ruim”. Para Clécio a culpa, no final das contas, é do prefeito que não tem feito nada para depor Pereira do cargo. 

Na onda das reclamações, a vereadora Luciula do Recanto pediu a palavra para também expor sua indignação com um auxiliar de Cruz. Desta vez, o foco recaiu sob os ombros de Silvio Silva Sousa da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Economia Criativa. “Gostaria  de deixar a minha indignação e total falta de respeito com que fui tratada pela Sedec na figura do secretário Silvio”, introduziu a parlamentar. 

“O senhor [disse direcionada a Clécio Alves] acompanhou nossa luta para abrir o banheiro da feira do Setor Pedro Ludovico. Há três semanas eu consegui marcar um encontro com o prefeito e esse secretário. Na ocasião expus essa questão e o prefeito me recebeu com muita atenção e carinho. O Rogério pediu ao secretário uma solução, para que reabrisse o banheiro, até que cheguem os banheiros de trailer que farão parte das feiras.  Ele exigiu e eu confei”, rememorou. 

Em outro trecho ela explicou que o tempo passou e nada foi feito pelo titular. “Liguei para ele, cobrei providências, e ele ficou de um lado pro outro sem fazer nada. Eu falei que se ele não tivesse competência, que me desse a chave e eu mesma iria lá lavar o banheiro e servir os feirantes”. 

O pior, segundo ela, foi o sentimento de ter retornado à feira, por meio de sua assessoria jurídica, e ter sido informada de que havia uma “ordem”. “O pessoal foi proibido de passar o nome do adminstrador do local e ainda se referiram a mim como vereadora barraqueira”. 

“O secretário Silvio é um belo de um incompetente que nao sabe com quem está falando. Se não tem capacidade de abrir um banheiro, saia daí e vá fazer outra coisa da sua vida”, finalizou. 

Amenizou 

Na ausência do líder do prefeito, Anselmo Pereira (MDB), coube a Isaias Ribeiro (Republicanos) fazer a defesa. Sobre o desabafo de Clécio, disparou: “Com certeza, nessa reunião, alguma coisa já foi resolvida. O presidente Alysson é um homem competente, que inclusive quero parabenizar. O prefeito Rogério Cruz não vai ficar indiferente com essa situação. O prefeito tem um olhar carinhoso com a Comurg, com os servidores e com certeza iremos unir forças”.

Direcionado à vereadora, considerou: “A senhora não está pedindo um favor. Tenho certeza que o prefeito já está ouvindo a respeito disso. Infelizmente chegamos às vezes em determinados lugares e há controvérsias Fico sentido pois ele sempre se mostrou muito prestativo, mas chegou o momento dele consertar esse erro que cometeu com vossa excelência”. 

Contraponto

Em nota, a assessoria da Sedec informou que, conforme determinado por lei, são disponibilizados, em todas as 122 feiras livres da capital, banheiros químicos para atender feirantes e frequentadores. Um novo contrato entrou em vigor para assegurar que esse direito permaneça garantido.

E continuou: “Em relação ao Mercado Municipal do setor Pedro Ludovico, não existe aparato legal para abertura do prédio durante a madrugada, para o uso dos banheiros de alvenaria. Esta questão exige, além de um responsável para a manutenção dos banheiros, esquema de segurança para garantir que as lojas do centro de compras não sejam violadas”. 

A assessoria da Agência de Regulação, encabeçada por  Paulo Cesar Pereira, também foi procurada, mas até o fechamento da reportagem não respondeu aos questionamentos. O espaço continuará aberto para manifestação do contraditório.

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