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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Fiéis na política

Bancada evangélica deve fazer contraponto no Congresso em eventual governo Lula

Em Goiás, objetivo é eleger a maior quantidade de representantes na disputa que se aproxima

Postado em 30 de agosto de 2022 por Felipe Cardoso

A igreja vive dias de ascensão. Conforme divulgado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a crescente do número de fiéis atinge, especialmente, a comunidade evangélica. A guinada da quantidade de evangélicos no Brasil foi de mais de 60% ao longo dos últimos dez anos. O número representa, precisamente, mais de 16 milhões de novos adeptos.

O crescimento da população petecostal é o que mais se destaca. A crescente do número de fiéis, no entanto, extrapola o limite dos últimos dez anos. Entre os anos 2000 e 2010, o total de evangélicos no Brasil subiu de 26,2 milhões para 42,3 milhões. O reflexo disso, pode ser percebido em todos os segmentos da sociedade, em especial, na política

Conforme mostrado pela reportagem do portal Poder360, o Brasil registrou recorde de candidatos que usam denominações evangélicas nas eleições deste ano. Ao longo dos mesmos últimos dez anos, o número de candidatos desse segmento subiu em mais de 128%. Entre pastores, irmãos e reverendos, o PTB é o partido que mais abriga as candidaturas seguido pelo Republicanos. Os dados, conforme frisa a reportagem, são parciais e foram extraídos do Portal de Dados Abertos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

No entanto, ainda que haja uma pequena variação, para mais ou para menos, desses números, fato é que o número de evangélicos concorrendo a um lugar nos espaços de decisão e poder registrou um salto significativo. 

Uma das justificativas, quando o assunto são as eleições deste ano, passa pela disputa presidencial. Em paralelo ao crescimento do número de fiéis e, consequentemente, da expressividade da igreja, a ideia é que sejam eleitos o maior número de representantes para que possam fazer, no Congresso, um contraponto forte a uma eventual gestão encabeçada pelo ex-presidente Lula a partir de 2023. 

Em Goiás, por exemplo, a igreja tem empenhado forças em eleger representantes na disputa que se aproxima. As principais apostas da igreja evangélica, em suas mais diversas ramificações, passa, em sua maioria, por nomes já conhecidos pela população. Enquanto alguns disputam pela primeira vez uma cadeira na Câmara dos Deputados, outros já estiveram lá e agora desejam fazer o caminho de volta à Casa. 

O deputado estadual Jeferson Rodrigues (Republicanos) é um dos que retém a maior expectativa de eleição. Ele é tido como o ‘sucessor’ de João Campos (Republicanos), seu colega de partido que disputa uma cadeira, agora, ao Senado. Mas também há outros importantes nomes no páreo como, por exemplo, Fábio Sousa (PL) e Gabriela Rodart (PTB). Também é preciso lembrar do candidato à reeleição, Glaustin da Fokus (PSC). O parlamentar é tido como um dos mais importantes nomes do segmento na atual legislatura goiana e tende, segundo lideranças do universo político, a ser reeleito com facilidade. 

Perspectiva

O ex-presidente Lula (PT) tem 44% das intenções de votos contra 36% de Bolsonaro (PL), segundo levantamento Exame/Ideia divulgado na última quinta-feira (25/8). A diferença é de 8%. Na rodada anterior da pesquisa, há pouco mais de um mês, era de 11%: 44% a 33%.

Em seguida aparece Ciro Gomes (PDT) com 9%. Depois dele, vem Simone Tebet (MDB) com 4%. Pontuaram com 1%: Pablo Marçal (Pros), Felipe D’Ávila (Novo) e Vera Lúcia (PSTU). Os demais pontuaram menos de 1%. Ninguém, branco e nulo somaram 2%. Não souberam responder, 3%.

O levantamento ocorreu de 19 a 24 de agosto com 1,5 mil eleitores. A margem de erro é de 3 pontos percentuais e o intervalo de confiança de 95%. A pesquisa tem como registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o número BR-02405/2022.

Análise 

Para Paulo Moura, estrategista político, o bolsonarismo continuará a exercer o seu papel, mas na posição de oposição, caso Lula vença as eleições. “O grupo que perder as eleições vai enfrentar dificuldades de um grupo que não tem estrutura de governo. Até pelo tempo de existência, o grupo continuará atuando nas pautas que defende e que deram sobrevivência a esse movimento. Mas essas são apenas hipóteses”, considerou.  

Contudo, o que não se sabe, segundo Moura, é a capacidade de organização que o grupo bolsonarista terá caso não alcance a vitória. “Vai depender muito mais em torno da capacidade de organização, já que de conteúdo tem pautas muito bem definidas. Assim como o outro lado também tem pautas muito bem estruturadas”, disse.

Moura destacou que, pela primeira vez na história, o Brasil terá uma campanha majoritária onde os candidatos que estão a frente na disputa eleitoral são um ex-presidente contra um presidente. “Isso é algo novo para nossa democracia, que é um regime ainda muito novo, comparado com outros países”, afirmou.

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