O medo do fracasso
Para seguirmos analisando o porquê de as pessoas terem medo do fracasso e do risco, precisamos entender o que é fracasso
Rafael Cássio
A tentativa e o erro são caminhos quase que inevitáveis para o sucesso. Claro que em situações em que a empresa está passando por dificuldades operacionais ou financeiras, devemos ter o mínimo de erros. Mas o “erro inédito” tem um poder inestimável, quando faz parte de um processo bem planejado e executado.
Mas para seguirmos analisando o porquê de as pessoas terem medo do fracasso e do risco, precisamos entender o que é fracasso. Todos nós temos diferentes definições de falha, porque todos nós temos diferentes valores e referências, por tanto uma falha em uma pessoa pode ser considerada uma ótima experiência de aprendizado para outra pessoa.
Uma ação importante para começar esse processo de transformação pode ser realizar um exercício simples com seus colaboradores, com intuito de identificar erros em situações anteriores. A primeira seria perguntar: “O que aprendi com essa situação?”. O segundo questionamento é: “Quais são as 3 características positivas dessa situação?”.
Aqui temos a oportunidade de exercitar não só a positividade, mas também trazer pontos de aprendizados que podem ajudar a não se repetir em outros projetos e, até mesmo, pontos positivos daquela experiência que podem ser replicados em outros projetos.
Essas experiências ruins levam as pessoas a criarem superstições com grandes proporções e levar a pessoa a ser incapaz de identificar alternativas. Podemos traduzir essas superstições em modelos mentais que são dispositivos do pensamento por meio dos quais um ser humano tenta explicar, a si próprio e aos outros, como funciona o mundo real. Ele define como percebemos o que acontece ao nosso redor, como os eventos nos afetarão, como iremos raciocinar e principalmente como agiremos.
Quando o indivíduo passa a duvidar de suas habilidades pelas experiências com o fracasso, por exemplo, o cérebro gera pensamentos negativos e isso aumenta as chances de falha ou até mesmo de autossabotagem, entendendo que não é capaz de realizar tal tarefa. Identificar as competências de cada pessoa no time e criar um ambiente positivo para a equipe é fundamental para trazer às discussões perspectivas mais positivas, encaminhando um ambiente de segurança e incentivo e facilitando o processo de aprendizagem e execução.
Rafael Cássio é especialista em reestruturação empresarial