As eleições de 2022 no Brasil estão movimentando e ainda devem movimentar aproximadamente 509,4 bilhões de reais, de acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Deste quantitativo bilionário, cerca de 98,21% são oriundos de recursos privados, correspondendo a cerca 500,7 bilhões. Já de recursos públicos foram pouco mais que 9 bilhões, totalizando 1,79% do montante. 

Em Goiás, os gastos com as eleições – a nível estadual, federal e governo – somaram 161,8 milhões de reais, sendo que, deste valor, 91,3% (equivalente a 147,7 milhões de reais) são de recursos públicos, e apenas 8,7% de recursos privados (pouco mais de 14 milhões de reais). O Estado registrou 387 candidaturas ao cargo de deputado(a) federal para este ano. 

Das campanhas à Câmara Federal que contaram com maior investimento de recursos privados, as de João Reis (PSDB), Matheus Ribeiro (PSDB), Lêda Borges (PSDB) e Aava Santiago (PSDB) receberam doações do candidato a 2º suplente de Marconi Perillo (PSDB) ao senado, Marcos Ermírio (PSDB), proprietário, juntamente com a família, do Grupo Votorantim, e criador do Rally dos Sertões.  Em reportagem publicada pelo O Hoje, já fora mostrado que o patrimônio declarado de Ermírio ao TSE é superior a 1,26 bilhão de reais. 

Abaixo, a tabela com dados extraídos do TSE referente à prestação de contas, com relação aos candidatos que mais receberam doações privadas. Vale destacar que, os números não são referentes apenas aos investimentos próprios, mas também às doações de terceiros. Os valores de fundo especial e fundo partidário não foram considerados neste levantamento. 

1. Matheus Ribeiro (PSDB) – R$850 mil

2. João Reis (PSDB) – R$800 mil

3. Dannillo da Cunha (PSD) – R$718.800 mil

4. Felipe Soares Cecílio (MDB) – R$520 mil

5. Lêda Borges (PSDB) – R$420 mil 

6. Aava Santiago (PSDB) – R$412.990 mil 

7. José Frederico Lyra Netto (MDB) – R$327.955 mil

8. Daniel Vieira Ramos (PL) – R$300 mil

9. Magda Mofatto (PL) – R$300 mil

10. Jovair Arantes (Republicanos) – R$300 mil

Contudo, destes candidatos acima citados, apenas quatro tiraram dinheiro do próprio bolso para investir na campanha. A exemplo dos colegas de partido de Marcos Ermírio, a única candidata que investiu do bolso foi Aava Santiago, a quantia de R$500,00. Matheus Ribeiro e João Reis contaram com  R$800 mil doados por Ermírio; Lêda Borges contou com R$420 mil e a vereadora Aava Santiago com R$380 mil.

Dentre os 378 candidatos, os cinco que mais utilizaram recursos próprios foram: 

1. Dannillo Pereira (PSD) – R$315 mil

2. Magda Mofatto (PL) – R$300 mil 

3. Jovair Arantes (Republicanos) – R$300 mil 

4. Daniel Vieira (PL) – R$300 mil 

5. José Nelto (Progressistas) – R$51 mil 

Segundo o TSE, é a partir das contas parciais que os órgãos de fiscalização passam a atuar efetivamente na identificação de irregularidades, que, se identificadas, serão apuradas pelo Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral). Em 2016, conforme apontado por dados do Tribunal, 387 mil indícios de irregularidades foram encontrados nas contas eleitorais, envolvendo cerca de R$1 bilhão. Já em 2018, os indícios diminuíram, caindo para 32 mil, abarcando um total de R$98 milhões. E no último pleito, em 2020, o número cresceu exponencialmente, tendo sigo registrados 641 mil indícios de irregularidades, envolvendo R$2 bilhões. 

O eleitor pode, também, conferir outros dados relacionados aos candidatos, como a quantia recebida por cada um referente ao fundo especial e do fundo partidário, o nome completo, o número que aparecerá na urna na hora da votação, os bens declarados e outras informações, por meio do sítio do Tribunal Superior Eleitoral. Basta escolher o ano do pleito no canto superior direito da tela, a região e o candidato ou diretório estadual/distrital ou municipal. Para pesquisas no Brasil, aparecem dados sobre concorrentes à Presidência da República e diretórios nacionais. (Especial para O Hoje)