Tabagismo e rotina estressante aumenta risco de doenças cardíacas
Alimentação saudável, exercícios físicos e exames podem reduzir riscos das doenças
Dados do Ministério da Saúde apontam que a cada dois minutos morre uma pessoa devido a alguma doença cardiovascular no Brasil. A pesquisa destaca ainda que o número de adultos com até 30 anos passaram por episódios de infarto cresceu 13% desde 2013. Especialistas afirmam que as principais causas para o aumento são as rotinas, tabagismo e doenças pré existentes como hipertensão, estresse e colesterol elevado.
Costureira, Maria de Lourdes, 52, tem arritmia cardíaca – frequência cardíaca anormal, seja irregular, acelerada ou muito lenta. Ela descobriu o problema em 2011 após sentir sintomas como falta de ar, tontura e dor de cabeça. Após a descoberta da arritmia foi recomendado que ela tivesse maiores cuidados com relação à saúde do coração.
“Eu tenho que tomar três medicamentos e embora eu não possa fazer muito esforço físico eu faço caminhada”. Ela também faz acompanhamento no cardiologista a cada seis meses. Outra mudança feita por Maria de Lourdes foi evitar alimentos gordurosos. A doença de Maria está no grau 6, quando atingir o nível 7 ela deve passar por uma cirurgia.
Cuidados
Cardiologista e professor de Medicina do Centro Universitário São Camilo, Luiz Carneiro Velloso explica que as doenças cardiovasculares são aquelas onde existe comprometimento do coração e dos grandes vasos, ou seja, “a doença cardíaca, que compromete exclusivamente o coração, e às doenças vasculares, que comprometem os vasos centrais ou periféricos”.
Ele esclarece ainda que essas doenças costumam se desenvolver com a idade mais avançada. Mas independente da idade, situações como tabagismo, hipertensão, diabetes e distúrbios das gorduras do sangue – em especial, o aumento excessivo do colesterol – podem favorecer a chance de desenvolver o problema. Também o estresse e maus hábitos de vida, como obesidade e alimentação inadequada costumam favorecer a doença mais precocemente.
Os sintomas mais comuns de quem possui uma doença cardiovascular, segundo o especialista, são falta de ar e fadiga para atividades físicas, dor torácica ao fazer esforço, inchaço nas pernas ou a sensação de batimento cardíaco irregular, fora de ordem ou palpitação.
Sem sintomas
Segundo Velloso, algumas das principais causas de doenças cardíacas podem não causar sintomas por muito tempo, como a pressão alta – ou hipertensão arterial – que vai danificando o sistema cardiocirculatório sem nenhum sintoma. “Por isso deve ser procurada ativamente por meio da medição da pressão arterial, para ter o diagnóstico e evitar suas consequências”.
Para ele, a melhor alternativa para evitar ter essas doenças é cultivar bons hábitos de vida. Ele orienta evitar o uso de cigarro, manter uma atividade física regular aeróbica, evitar alimentação com excesso de sal, gorduras e carboidratos. Outro ponto importante é controlar as doenças que aumentam a ocorrência de doenças do coração, principalmente a hipertensão, o diabetes e o excesso de colesterol.
No que se refere ao tratamento, o cardiologista afirma que cada paciente terá um atendimento individualizado conforme a necessidade de cada diagnóstico. Conforme analisa o profissional, a mulher tem menos incidências da doença antes da menopausa. Após esse período elas passam a se equiparar aos homens.
“As mulheres têm uma sobrevida atualmente mais longa, e as mulheres não se livraram de alguns hábitos ruins que eram mais comuns em homens, como o hábito de fumar, a obesidade, alimentação inadequada, o estresse relacionado à atividade profissional”, conclui. (Especial para O Hoje)