Quase 4 milhões de brasileiros vivem em áreas de risco de desastres
Em todo Brasil, foram existem 13 mil áreas de risco mapeadas, das quais 30,1% são consideradas de muito risco
Cerca de 3,9 milhões de brasileiros vivem em áreas consideradas de risco de desastres, como inundações e deslizamento de terra. Os dados são do Serviço Geológico do Brasil (SBG) e apontam um total de 13 mil áreas de risco em todo território nacional, das quais 30,1% são consideradas de muito risco.
Entre as áreas mapeadas, a maior parte, está sob riscos de deslizamento (6.800). O risco de inundação (4.300) aparece em segundo lugar.
Segundo Tiago Antonelli, chefe da Divisão de Geologia Aplicada do SGB, o risco se agrava devido a ocupação em áreas irregulares ou inapropriadas.
“Geralmente, são pessoas de baixa renda que não têm opção de viver em áreas mais caras e vão ocupar as periferias. Dependendo da região, essas áreas são cercadas de serras e morros”, aponta o geólogo em entrevista a imprensa.
Os principais afetados pelos desastres naturais são as famílias pobres e negras, segundo dados do Instituto Pólis, divulgados em julho do ano passado, a partir de informações de São Paulo (SP), Belém (PA) e Recife (PE).
Na capital paulista, por exemplo, as famílias que vivem em zonas de risco têm renda domiciliar média de R$ 1,6 mil, 54% menor que a média da cidade (R$ 3,5 mil).
A raça é atravessada também por este problema: se 37% dos paulistanos são negros, nas áreas de risco de São Paulo a proporção dessa população é de 55%.
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