Declarações de Cid implicam que Bolsonaro teria procurado apoio de comandantes para golpe, aponta revista
O próximo depoimento de Cid está marcado para o dia 11 de março
Mauro Cid, tenente-coronel investigado pela operação Tempus Veritatis, revelou, durante seu depoimento, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria estabelecido diálogo com três comandantes das Forças Armadas sobre a instauração de um possível golpe de Estado depois das eleições de 2022. As informações foram obtidas pela revista Veja, que teve acesso aos documentos.
De acordo com a delação de Cid, os contatos foram realizados durante reunião ocorrida após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) legitimar a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Naquele momento, a minuta, elaborada por Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, já teria sido aprovada.
Entre os consultados, estavam as seguintes pessoas: general Freire Gomes, chefe do Exército; o comandante Carlos Baptista Junior, da Aeronáutica; e, finalmente, o almirante Almir Garnier, chefe da Marinha.
Entre os citados, apenas Garnier, da Marinha, teria aceitado o plano. Em concordância com a publicação, o almirante teria disposto de suas tropas ao ex-presidente Bolsonaro para que houvesse a concretização do suposto golpe. A delação de Cid foi confirmada, posteriormente, pelo general Freire Gomes. O tenente-coronel, por sua vez, foi chamado pela Polícia Federal, novamente, para que confirme as declarações de Freire Gomes, que corroboram com a hipótese de que Bolsonaro seria responsável por não desmontar os acampamentos pró-Bolsonaro, organizados ao redor do quartel-general do Exército, em Brasília.