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sexta-feira, 20 de dezembro de 2024
Comemoração Antecipada

Maduro antecipa Natal na Venezuela para 1º de outubro

Tensões políticas crescem na Venezuela com a antecipação do Natal e a prisão de líder da oposição

Postado em 3 de setembro de 2024 por Tathyane Melo
Tensões políticas crescem na Venezuela com a antecipação do Natal e a prisão de líder da oposição | Foto: Ricardo Stuckert/PR

Em meio a um cenário político conturbado, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, surpreendeu o país ao anunciar a antecipação do Natal para o dia 1º de outubro. Revelaram a decisão durante uma apresentação no canal oficialista Globo Visión, amplamente interpretada como uma tentativa de desviar a atenção das tensões políticas que tomam conta do país desde o contestado resultado da eleição presidencial de 28 de julho.

Naquele pleito, Maduro foi declarado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral. Isso garantiu um terceiro mandato de seis anos, apesar das alegações de fraude por parte da oposição.

Em seu discurso, Maduro procurou justificar a medida como um gesto de gratidão ao povo venezuelano. “É setembro e já cheira a Natal, e por isso este ano, em homenagem ao povo combativo, em agradecimento a vocês, vou decretar o Natal para o dia 1º de outubro; chegou o Natal com paz, felicidade e segurança”, afirmou o mandatário, enquanto era ovacionado por seus apoiadores.

A decisão de iniciar as festividades natalinas mais cedo, segundo ele, seria uma maneira de promover um ambiente de alegria e tranquilidade em um momento difícil para o país.

Contexto político e tensão internacional

A antecipação do Natal na Venezuela ocorre em um momento delicado, marcado por uma série de acusações e manobras políticas. No mesmo dia em que Maduro fez o anúncio, a Promotoria venezuelana emitiu um mandado de prisão contra o ex-candidato da oposição, Edmundo González Urrutia. Ele foi acusado de crimes como usurpação de funções, falsificação de documento público, instigação à desobediência às leis, formação de quadrilha, sabotagem e associação ilícita.

González Urrutia, assim como outros líderes da oposição, incluindo María Corina Machado, tem sido um crítico feroz do governo, alegando que a eleição de julho foi fraudulenta e que Maduro manipulou o processo para garantir sua permanência no poder.

A decisão de prender González Urrutia, além de intensificar a repressão contra a oposição, também aumentou as tensões com a comunidade internacional. Diversos países e organizações, já expressavam preocupações sobre a legitimidade do pleito. Eles afirma que essas ações se assemelham a uma tentativa de silenciar os críticos e consolidar o controle de Maduro sobre o país.

Repetição de uma estratégia

Esta não é a primeira vez que Nicolás Maduro utiliza a antecipação do Natal como uma estratégia política. Em 2020, em meio à crise provocada pela pandemia de Covid-19, ele decretou o início das comemorações natalinas em 15 de outubro. Sendo esta, uma tentativa de desviar o foco dos graves problemas econômicos e sociais que assolavam o país.

No ano seguinte, Maduro repetiu a tática, anunciando a chegada do Natal em 4 de outubro. Ele mostrou nas redes sociais a decoração festiva do Palácio de Miraflores, onde residem ele e sua esposa, Cilia Flores.

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