Marçal surge como trator em disputa em São Paulo
Candidato do PRTB desnorteia oposição, da direita à esquerda, e vai dar trabalho em eventual segundo turno
Parece que cada eleição é mais um daqueles mutirões para derrubada, ou seja, colocar no chão, para, só depois, começar a reconstruir. Às vezes surge o outsider, o novo, o que promete, o que critica o outro.
É bem assim na corrida em São Paulo, com a chegada de com força (sic) do coach goiano Pablo Marçal, do PRTB. Agora político, movimenta, de forma “destruidora”, o pleito na cidade mais importante do Brasil. Colocou, com dedo em riste, cada concorrente para tentar criar mecanismo não despencar de vez nas pesquisas.
Marçal lidera as pesquisas e desafia o próprio bolsonarismo, cuja cara é o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, do PL, que apoia o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB). Nunes é um dos alvos mais contundentes de Marçal. Ambos quase saem nos tapas quando se encontram em debates.
As eleições servem para que o cidadão exerça, de maneira obrigatória, como determina a lei, o direito (obrigado, por frisar) de exercer o voto, a escolha de ter esse ou aquele em uma cadeira na Câmara Municipal ou na de prefeito de sua cidade.
Nos últimos anos, surgiram vocábulos que não participavam do linguajar natural das pessoas, como fascista, esquerdista, nazista, ou algo assim. E a cada eleição o eleitorado parece mais motivado a participar. Por isto, quem falar mais diretamente como os votantes têm mais chances em um processo eleitoral que valoriza a proporcional e majoritário
Ao redor de qualquer disputa, os escombros se espalham como um mosaico irregular de fragmentos de gestões passadas. Um pedaço de parede com restos de tinta amarela ainda resistia, inclinando-se de forma precária como um último suspiro de uma edificação que já fora cheia de vida. Blocos de cimento partidos, pedaços de madeira quebrada, vigas retorcidas e o metal exposto contavam a história de um desmoronamento repentino, um colapso que pegou todos de surpresa. Tudo ideias.
O goiano – coach, empresário e, agora, político multimilionário, para muita gente, antes de outubro, terá colocado fogo não num circo, mas num mundo todo, se possível, para chegar ao cargo.
Acerca de Bolsonaro, todos sabem que o ex-presidente, está inelegível até 2030. E Marçal está se mostrando como um substituto dele. Inelegível, Bolsonaro está longe das urnas efetivamente. Mas tem seus “apoiados”. É o caso, na disputa pelo comando do Edifício Matarazzo, sede do Executivo paulistano, Nunes (MDB), que concorre à reeleição.
Marçal, ainda no início da disputa, almejava o apoio de Bolsonaro. Tentou várias vias, mas não obteve êxito. Acabou caçando confusão com o vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente. Parece que tudo está certo entre eles. Sabem que rachar a direita é algo que vai prejudicar o grupo todo, com ameaça real de manutenção do crescimento de Guilherme Boulos, do Psol, o oposto do grupo de Marçal e, por conseguinte, Bolsonaro.
E, claro, Ricardo Nunes, que tenta, de maneira bem bucólica até, manter a figura de alguém que parece não estar radicalmente ligado a Jair Bolsonaro. Atacado por direitistas e esquerdistas, Marçal é o maior transtorno de Marçal.
O empresário tem arrancado, inclusive, apoios importantes de Nunes, como o vereador Rubinho Nunes, do União Brasil. Embora faça parte do governo Lula, o partido de Ronaldo Caiado aqui em Goiás, tende, em caso de segundo turno, apoiar Marçal.