Goiânia se torna uma das cidades mais caras para alugar imóveis
Venda e aluguel de imóveis apresentam uma valorização acima de 10% no segundo trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2023
A venda e o aluguel de imóveis tiveram uma valorização acima de 10% no segundo trimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são de um levantamento da segunda edição do novo Guia Imobiliário de Goiás, desenvolvido pelo Sindicato dos Condomínios e Imobiliárias de Goiás (Secovi Goiás) em parceria com a 62 Imóveis.
De modo geral, a valorização média do metro quadrado de apartamentos à venda em Goiânia no segundo trimestre de 2024 foi de 10,58%. Os que tiveram maior acréscimo de valor em 12 meses foram no Setor Oeste (3 quartos), com 89,15%, Setor Bela Vista (4+ quartos), com 87,99%, e Jardim América (4+), com 74,61%.
A valorização dos apartamentos para alugar no mesmo período foi de 10,14%. Para a pesquisa, as organizações estudaram 69 tipologias e 12 setores diferentes da capital. Os destaques de valorização em 12 meses foram Setor Bueno (1 quarto), com 46,51%, Setor Oeste (1 quarto), com 39,43%, e Setor Marista (2 quartos), 38,02%.
As vendas de casas também foram contempladas pelo levantamento que apontou uma valorização média do preço do metro quadrado de 11,27%. Os destaques de valorização foram Jardim Planalto (3 quartos), com 113,88%, Setor Pedro Ludovico (3 quartos), com 77,53%, e Residencial Buena Vista III (2 quartos), com 68,13%.
Os resultados são positivos para o setor imobiliário, que permanece estável, segundo o vice-presidente do Secovi Goiás, Benjamim Ragonezi. Ele destaca que os dados dão ainda um parâmetro seguro sobre a viabilidade do investimento em imóveis, que mantém a tendência de valorização.
No entanto, para aqueles que querem alugar ou comprar um imóvel, o aumento dos preços é um verdadeiro vilão. É o caso de Elmiro Filho, de 52 anos, que não muda de casa desde 2016, quando veio de Brasília para Goiânia, e um dos principais motivos é o aumento dos preços.
“Eu cheguei aqui em 2016, o aluguel era 600 reais já, Goiânia é uma capital de aluguel muito alto”, comenta. Entre os anos de 2019 e 2020, o homem que trabalha como motorista, tentou mudar-se com a esposa para outra região da capital, mas se surpreendeu ao encontrar imóveis na média de 1500 reais o aluguel.
Pela comodidade e parceria com o locador da residência em que vive. “A casa que eu moro tem um tamanho bom, dois quartos, sala, cozinha, banheiro, garagem e área de serviço. Eu creio que o valor que pago atualmente é o suficiente pelo tamanho e localidade do imóvel”, relata o homem que afirma pagar uma média de 1200 reais em aluguel mesmo com os aumentos dos valores.
Elmiro demonstra ainda insatisfação com o fato do locatário ter que pagar o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) que a maioria dos proprietários exige dos inquilinos enquanto em outras regiões, isso não acontece. “Isso eu acho uma discrepância muito grande, viu. Você já paga um aluguel alto e você ainda tem que pagar o IPTU”, reclama.
Gyselle Campos, diretora comercial da Urbs Imobiliária, destaca que a valorização significativa nos últimos meses que o mercado imobiliário em Goiânia experimenta reflete o aquecimento do setor e o interesse crescente de investidores e locatários. Entre os principais fatores que têm contribuído para esse cenário destaca-se a localização.
A especialista afirma que o fato de bairros como Setor Oeste, Setor Marista, Jardim América e Setor Bueno se tornarem cada vez mais valorizados, tem relação com a proximidade com centros comerciais, escolas, hospitais, restaurantes e opções de lazer. A infraestrutura de qualidade dessas regiões torna-as altamente procuradas.
Outro ponto é a oferta e demanda, ou seja, a procura por imóveis mobiliados nesses bairros é notável. “Imóveis decorados por arquitetos renomados, que oferecem praticidade e comodidade, atraem locatários dispostos a pagar mais por esses diferenciais. Esse cenário tem proporcionado aos proprietários um excelente custo-benefício, além de uma rápida ocupação”, afirma a especialista.
Qualidade de vida e segurança elevam os valores
A valorização também é impulsionada pelos investimentos contínuos em melhorias na infraestrutura urbana e pela alta qualidade no padrão de acabamento dos imóveis. “O lançamento de novos empreendimentos comerciais reforça ainda mais a atratividade dessas áreas”, comenta.
A segurança e qualidade de vida também estão inclusas nesse pacote. As áreas verdes, parques e espaços públicos bem conservados, os bairros valorizados em Goiânia chamam a atenção dos moradores, uma vez que oferecem maior segurança e qualidade de vida. “Esses fatores são fundamentais para atrair quem busca um ambiente tranquilo e bem estruturado para viver”.
Gyselle Campos afirma que as características dos imóveis influenciam diretamente o seu valor. “O número de quartos, vagas de garagem, áreas de lazer, padrão de acabamento e mobília são itens que agregam valor. Imóveis semi-mobiliados, totalmente mobiliados e decorados atraem um perfil de cliente mais exigente”, detalha. Além disso, segundo a diretora, os contratos de locação de curta duração, como o modelo shortstay, impactam o valor final, com a inclusão de custos como aluguel e contas de consumo, diferentemente dos contratos de longa duração.
Ao falar sobre as tendências do mercado imobiliário na Capital, a diretora afirma que a estabilidade e o crescimento do mercado imobiliário têm mantido o setor aquecido. “A confiança dos investidores é alimentada pelos resultados positivos, consolidando Goiânia como um pólo atraente para novos negócios e investimentos”, afirma.
Gyselle Campos reforça ainda que a valorização é um reflexo do equilíbrio entre oferta e demanda, e dos investimentos feitos para melhorar a infraestrutura e a qualidade dos empreendimentos. “Goiânia mantém-se estável e promissora no cenário imobiliário nacional.”