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segunda-feira, 7 de outubro de 2024
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Mais de 38ºC

Calor intenso aumenta consumo de energia nas cidades em 15%

Entre janeiro a agosto, o consumo médio residencial de energia subiu de 174 kWh em 2023 para 198 kWh em 2024

Postado em 20 de setembro de 2024 por João Reynol
Equatorial
O Centro de Controle da Equatorial Goiás é onde agentes conseguem direcionar o abastecimento da rede elétrica do Estado | Foto: João Reynol - O Hoje

Como foi divulgado no balanço da Equatorial Goiás nesta quarta-feira (19), entre os meses de janeiro a agosto de 2024, o consumo médio de energia elétrica urbana cresceu 14% se comparado ao mesmo período do ano de 2023. De 174 quilowatt hora (kWh) para 198 kWh. Enquanto isso, o consumo médio rural aumentou 11% se comparado com o ano de 2023, 627 kWh para 694 kWh. De acordo com a empresa este aumento foi em decorrência do calor que mudou o comportamento dos goianos. 

De acordo com o superintendente técnico da Equatorial, Roberto Vieira, essa mudança de comportamento está principalmente no aumento do uso e do consumo de ar condicionado por parte dos consumidores. Inclusive, comenta como isso é uma resposta às mudanças climáticas que aumentam as temperaturas a cada ano. Dentro disso, um gráfico da empresa mostra um padrão do aumento das temperaturas seguido com o aumento do consumo médio residencial de energia, mesmo em meses onde a temperatura foi igual ou inferior aos mesmos meses do ano de 2023, como julho e agosto.

Segundo os dados, enquanto julho teve uma temperatura média igual ao do ano interior, o consumo médio de energia foi maior pela mudança no comportamento, de 168 kWh em 2023 para 187 kWh em 2024. Enquanto isso, o mês de agosto de 2024 teve uma temperatura média inferior ao do ano de 2023 em 1ºC a menos, mas o consumo médio foi maior de 175 kWh para 185 kWh.

Já no meio rural, o aumento do uso de energia em 2024 pode ser explicado com o aumento dos custos de produção que foram atingidos pelo clima e pelas queimadas. Como divulgado nesta quarta-feira (17) pelo O HOJE, estes fatores climáticos aumentaram principalmente o uso da água na agricultura, sendo que o mesmo já era escasso devido às chuvas irregulares do ano de 2023.

Este aumento de energia demanda também um aumento da disponibilidade e da resiliência da infraestrutura energética. Como foi demonstrado pela equipe da empresa, 99,5% da infraestrutura elétrica são vias aéreas, ou seja, fios e transformadores por cima do solo pelos postes e torres de transmissão. Enquanto isso, apenas 0,5% da infraestrutura elétrica é disposta por meio subterrâneo e presente em grandes centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo Roberto, isso é devido a falta de um amadurecimento das cidades brasileiras pela sua idade mais jovem.

Porém, essa infraestrutura aérea é mais vulnerável às intempéries climáticas como o calor, o frio, a chuva, o vento, e as queimadas. Sobre isso, de janeiro a 13 setembro de 2024 houveram 742 ocorrências de queimadas pela Equatorial, um aumento de 300% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Deste número, 614 casos foram registrados somente nos últimos dois meses de julho e agosto. Nestes dois meses em 2023 foram apenas 137 ocorrências. 

Essas ocorrências impactam diretamente e indiretamente a rede elétrica goiana, segundo o especialista. Enquanto o impacto direto é a destruição dos equipamentos que pode causar interrupções na rede, a fumaça e a fuligem são o impacto indireto que também podem causar curto circuito nos fios elétricos. “A fumaça e a fuligem depositam nos isoladores dos postes e geram uma camada de sujeira. Essa camada faz com que o ar deixe de ser um isolante e se torne um condutor, o que gera um curto circuito.”

Com essas preocupações em mente, e a eventual chegada das chuvas que tem previsão de serem mais intensas, a equipe da empresa afirma ter adiantado os trabalhos de manutenção e fortalecido a rede em preparação às chuvas. Principalmente pelas rajadas de ventos fortes e grandes quantidades de raios que atingem o Estado. Entre 2023 e 2024, por exemplo, houveram 4.464 quedas de postes por vendavais que podem rachar o concreto da estrutura no meio. “A barreira do vento acaba sendo o próprio poste. Isso é um problema histórico da construção da rede de Goiás, mas estamos fortalecendo ela.”

Por causa disso, Vieira afirma que houve um incremento de 41% nas atividades de manutenção em 2024 para a preparação das chuvas. Desde agosto, a empresa fez 86% das atividades previstas para o ano e anteciparam o plano de manutenção de certas atividades. Em setembro a companhia já terminou mais de 90% das manutenções.

Equatorial inicia melhorias de eficiência energética

Desde o início do ano, foram corrigidos 164 mil pontos na rede goiana, com a manutenção de equipamentos para torná-los mais eficientes, garantindo maior estabilidade no fornecimento de energia; realizadas 403 mil podas de árvores próximas à rede elétrica; 4,3 mil km de limpeza de faixas, fundamentais para a segurança da rede na zona rural, e quase duas mil limpezas de subestações, essenciais para garantir a segurança, confiabilidade e eficiência do sistema.

Além das atividades de manutenção, a empresa fez melhorias nas redes elétricas do Estado para o fortalecimento e a diminuição das interrupções do abastecimento de energia. Como exemplo, a Capital ganhou uma nova linha de energia chamada de LD Carajás – Atlântico – Campinas 138KV que deve conectar as três subestações de energia da região metropolitana de Goiânia. 

Segundo o especialista, essa nova obra garante o abastecimento de energia para os próximos anos. Também garante com que a cidade seja abastecida conforme o crescimento, segundo ele, supre as três subestações por pontos da rede de transmissão e gera uma flexibilidade operativa. Outro ponto é que as interrupções de energia devem ser menores e o religamento deve ser mais rápido.

Além disso, o Estado conta com duas novas subestações em pontos estratégicos, sendo uma em Jataí e a outra em Pirenópolis. Segundo Vieira, a nova subestação de Jataí se deve à expansão da cidade e do agronegócio do município, enquanto isso, a nova subestação de Pirenópolis é para suprir a demanda do aumento do turismo na região.

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