Cenário de virada em Anápolis deve se consolidar
Cidade possui histórico de viradas nas eleições para prefeitura, que deve se consolidar mais uma vez
A pouco mais de duas semanas do pleito do dia 27 de outubro, quando acontecerá o segundo turno, o cenário da disputa eleitoral por Anápolis aponta para a consolidação da virada de Márcio Corrêa (PL) e uma nova derrota de Antônio Gomide (PT). A disputa que remete a polarização vivida em 2022 entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – que apoiam os respectivos candidatos – aponta para um desfecho positivo dos direitistas.
A virada, por si só, já não é novidade para quem acompanha e conhece a política anapolina. Em 1992, Adhemar Santillo, do MDB – na época, ainda PMDB – liderava nas intenções de voto e seu partido tinha o comando da máquina pública, já que o prefeito titular era Anapolino de Faria, peemedebista. No dia das eleições, a virada veio. Wolney Martins de Araújo (PDS) foi eleito, em cenário de virada.
Em tempos recentes, o cenário voltou a acontecer. Nas eleições de 2020, Gomide ficou no vai ou não vai, já que naquele ano sua candidatura não era certa. Perto das convenções partidárias sua candidatura foi confirmada e logo o petista despontou na frente. O principal rival de Gomide naquela eleição seria o atual prefeito Roberto Naves (PP). Gomide desfruta de uma popularidade inegável na cidade, devido ao seu histórico político muito bem avaliado na cidade. O deputado estadual abriu boa vantagem nas pesquisas eleitorais da época, chegando a 20 pontos percentuais de diferença a Naves, mas que foi derretendo aos poucos.
A principal pedra no sapato de Gomide é a onda conservadora que se instaurou no eleitorado anapolino. Em 2020, Naves se recuperou ainda no primeiro turno e chegou perto da reeleição. A disputa foi para o segundo turno e o atual prefeito foi reeleito com pouco mais de 61% dos votos. Gomide, que chegou a ser o favorito nas eleições daquele ano, ficou a mais de 20 pontos percentuais atrás na disputa.
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2024
O cenário da corrida eleitoral anapolina deste ano se desenrola para um desfecho parecido com o vivido na eleição passada. Gomide, novamente, apareceu no topo das pesquisas eleitorais no início da campanha. Com a consolidação das campanhas e Corrêa com apoio do ex-presidente Bolsonaro, que possui forte apelo em Anápolis e conta com um eleitorado fiel às suas escolhas, o candidato do PL foi ganhando força.
Uma vitória no primeiro turno para o petista chegou a ser apontada por pesquisas eleitorais, mas o cenário visto nas urnas do primeiro turno foi diferente. No veredito das urnas apuradas, quem chegou perto da vitória no pleito do último dia 6 foi Corrêa. Com 49,59% dos votos recebidos, o candidato ficou a menos de meio ponto percentual da vitória. Gomide veio na sequência com 35,45% dos votos válidos.
Apoiado também pelo vice-governador Daniel Vilela (MDB) e, mesmo que o apoio formal do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) não aconteça, ao menos tem a certeza que o chefe do Executivo estadual não irá apoiar a candidatura do rival, visto seu histórico de desavenças com o PT.
As pesquisas para o segundo turno apontam para uma diferença confortável para Márcio. Porém, as viradas nas disputas eleitorais em Anápolis são corriqueiras e estão no histórico das eleições na cidade, e uma nova virada dentro da mesma disputa é a aposta de Gomide e seus apoiadores. (Especial para O Hoje).