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quinta-feira, 7 de novembro de 2024
Declaração

Boulos afirma que fala de Tarcísio sobre mensagem de PCC é ‘irresponsável’, ‘mentirosa’ e ‘crime eleitoral

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) declarou que não recebeu nenhum relatório de inteligência ou informação oficial sobre o caso em questão.

Postado em 27 de outubro de 2024 por Eduarda Leão
Guilherme Boulos
| Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos, realizou uma coletiva de imprensa neste domingo (27) para afirmar que entraria com ação de investigação judicial eleitoral e criticar a recente declaração do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Tarcísio havia mencionado conversas interceptadas por serviços de inteligência que supostamente indicariam orientações de uma facção criminosa para apoiar o candidato psolista.

Boulos classificou a afirmação como “irresponsável e mentirosa” e a chamou de “crime eleitoral”, referindo-se ao episódio como o “laudo falso do segundo turno”, em alusão ao documento inverídico que Pablo Marçal (PRTB), terceiro colocado, divulgou antes do primeiro turno.

“Aconteceu algo extremamente grave agora há pouco, mais de uma hora, uma declaração irresponsável e mentirosa do governador Tarcísio de Freitas, ao lado do meu adversário, querendo atribuir que o crime organizado, PCC, teria orientado o voto em mim, sem apresentar nenhum tipo de prova. Esse é o laudo falso do segundo turno. Eu tive, às vésperas do primeiro turno, um laudo falso tentando me atribuir o uso de drogas, foi desmascarado pela Polícia Civil, pela Polícia Federal, pela imprensa”, afirma.

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“Agora, no dia da eleição, na boca do governador do estado, vem mais um ataque, uma mentira inacreditável, ao lado do meu aniversário. Então, isso mostra, de um lado, o desespero dos nossos adversários e um ataque sem limite, de outro lado, alguém que está sentado na cadeira de governador, se sujeitar a desempenhar um papel como esse para tentar influenciar no resultado das eleições. Isso é crime eleitoral”, completa.

Além disso, Boulos disse, “Dia de eleição, dia decisivo. Imaginei que ao menos hoje fosse ser um dia mais tranquilo em relação às mentiras, que os nossos adversários fizeram durante toda a campanha, mas eu recebi a notícia, agora há pouco, de algo que assim beira o inacreditável. O governador do Estado de São Paulo, governador Tarcísio acabou de divulgar, ao lado do candidato dele, acabou de fazer uma declaração extremamente grave, sem nenhum tipo de prova, dizendo que o PCC teria determinado voto em mim”.

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“Gente. Olha o nível. Acho que as pesquisas que devem estar fazendo monitorando os colégios eleitorais devem estar demonstrando a onda de mudança, a onda de virada acontecendo na cidade, e partiram para o desespero absoluto. É o laudo falso do segundo turno”, afirmou.

De acordo com o candidato do Psol, esta ação judicial pediria a cassação de registro ou diploma dos candidatos e a declaração e inelegibilidade por oito anos de todos os candidatos que participaram da declaração e do governador do estado.

Durante uma coletiva de imprensa, após votar no Colégio Miguel Cervantes, no Morumbi, Zona Sul de São Paulo, Tarcísio de Freitas mencionou o caso de um suposto “salve” do PCC orientando a não votar em Rosana Valle (PL), candidata à Prefeitura de Santos. Ao lado de Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, Tarcísio comentou que, em São Paulo, também foram identificadas conversas interceptadas em que membros de uma facção criminosa, a partir de presídios, orientavam o voto em determinados candidatos em certas regiões. “Essa ação de inteligência interceptou as conversas, mas isso não vai influenciar o resultado das eleições”, afirmou.

Quando questionado sobre quem estaria sendo beneficiado, Tarcísio indicou que o nome mencionado nas conversas era o de Guilherme Boulos. Ele acrescentou que o material coletado pela inteligência está sendo encaminhado para o Tribunal Regional Eleitoral.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) declarou que não recebeu nenhum relatório de inteligência ou informação oficial sobre o caso em questão.

Além disso, a campanha de Nunes também em nota afirmou que Boulos brigava com os fatos. “Guilherme Boulos (PSOL) briga com os fatos. Os bilhetes do PCC foram publicados pelos portais Metrópoles e UOL. O “pedido de inelegibilidade” beira ao ridículo e afronta a democracia. O governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), respondeu a uma pergunta de jornalista sobre a reportagem publicada ontem pelo Metrópoles. Boulos, que já havia tentado censurar o Instituto Datafolha, faz um novo ataque à Imprensa.”

Nota de repúdio de deputados do PT/PCdoB/PV

“A bancada de deputados e deputadas estaduais da Federação PT/PCdoB/PV, de forma indignada, manifesta total repúdio ao uso da máquina pública pelo governador Tarcísio de Freitas, no dia das eleições, ao proferir insinuações, sem provas, de indicação de voto de facção criminosa ao candidato a prefeito Guilherme Boulos.

A falta de compromisso com a verdade por parte do governador e do atual prefeito Ricardo Nunes, que corroborou ao lado do governador tais ilações, é de uma irresponsabilidade sem precedentes.

Tais absurdos ditos hoje, no dia da eleições, serão cobrados na Justica, que será imediatamente acionada pela bancada da Federação e pelo jurídico da candidatura de Guilherme Boulos.

No desespero para emplacar seu candidato, este sim investigado por permitir a presença do crime organizado em sua gestão, o governador Tarcísio de Freitas se atirou no lodo da fake news rasteira ao tentar macular a imagem de Boulos e interferir no processo eleitoral.

A política e a democracia não serão sequestrados pelo jogo sujo, a mentira, a calúnia e a difamação.

O povo da cidade de São Paulo deve ser respeitado, sem ser atacado por subterfúgios que comprometam o voto livre e soberano. A mudança já começou”.

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