Mulher tem parte do dedo arrancado por vizinha em ataque motivado por homofobia
A mulher já registrou cinco boletins de ocorrência devido a conflitos com os vizinhos
A estudante de pedagogia Ellen Basilio da Silva, que é casada com outra mulher, denunciou estar sofrendo agressões e ameaças dos vizinhos por causa de sua orientação sexual, em Trindade. Em uma das brigas mais recentes, Ellen relatou que teve parte de um dedo arrancado pela mordida de uma vizinha.
Ellen informou que já registrou cinco boletins de ocorrência devido a conflitos com os vizinhos, que chegaram a dizer que elas “não prestam” para morar na região. De acordo com Ellen, o último incidente começou quando vizinhas a provocaram enquanto ela chegava de motocicleta. Durante a discussão, houve agressões mútuas, e uma das vizinhas sofreu queimaduras e arranhões.
Ellen relatou que enfrenta diversas atitudes preconceituosas, como xingamentos e invasão de privacidade. “Primeiro, tive o rosto mordido por reclamar com uma vizinha sobre um vazamento. E, além disso, o marido dela fica olhando para o nosso quintal. Para ele, isso é normal”, contou.
Segundo a delegada Silvana Nunes, as duas mulheres vivem em união estável, e os vizinhos nunca aceitaram essa situação. Um procedimento foi aberto para investigar as agressões em contexto de homofobia, e uma das vizinhas foi presa em flagrante.
Histórico de Agressões
Ellen já havia denunciado outras agressões sofridas em 2022. Ela relatou que, em um episódio, foi agredida por três vizinhos com socos, chutes e mordidas. As agressões aconteceram em frente à sua casa, onde ela estava varrendo a porta quando foi provocada pela vizinha. Em seguida, o marido da vizinha também teria participado da agressão, tentando enforcá-la.
Mesmo com outros vizinhos assistindo, ninguém interveio para impedir a violência ou chamar a polícia. Ellen e sua esposa conseguiram acionar a Polícia Civil, e a vizinha foi presa em flagrante. Em audiência de custódia, ela foi liberada, enquanto Ellen recebeu atendimento médico para tratar lesões no rosto, tronco, escoriações e hematomas.
A estudante afirma que tentou resolver problemas com os vizinhos, mas foi recebida com ofensas e agressões.