O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

domingo, 2 de fevereiro de 2025
musa da Tropicália

A voz que transformou a música brasileira

Dois anos após sua morte, a intérprete continua a ser uma referência na música popular brasileira

Postado em 2 de fevereiro de 2025 por Luana Avelar
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A morte de Gal Costa, em 9 de novembro de 2022, representou o fim de uma era brilhante na música brasileira. Dois anos depois, sua voz e sua arte continuam como símbolos de resistência e inovação cultural. Conhecida por sua potência vocal e versatilidade artística, Gal redefiniu o papel da intérprete na música popular brasileira, tornando-se um ícone atemporal. Sua trajetória se entrelaçou com movimentos culturais marcantes, especialmente a Tropicália, que desafiou as normas sociais e políticas durante a ditadura militar.

A cantora começou sua carreira nos anos 1960 ao lado de nomes como Caetano Veloso e Gilberto Gil. Juntos, formaram um trio que não apenas revolucionou a música brasileira, mas também se tornou um símbolo de luta contra a repressão. Canções como Divino Maravilhoso (1968) capturaram o espírito de resistência da época, enquanto Gal permaneceu no Brasil para dar voz às mensagens de liberdade e igualdade racial que seus parceiros levaram ao exílio.

Ao longo das décadas seguintes, Gal consolidou-se como uma intérprete única. Sua capacidade de transitar por diferentes estilos musicais — do samba ao rock — fez dela uma artista singular. Clássicos como Baby, Meu Nome É Gal e Modinha para Gabriela marcaram gerações e ajudaram a construir a identidade musical do Brasil. Além disso, sua colaboração com compositores como Jorge Ben Jor, Milton Nascimento e Djavan ampliou ainda mais seu repertório e relevância.

Ela também foi uma figura central na luta pela liberdade cultural durante os anos mais sombrios da ditadura militar. Em 1976, ao lado de Maria Bethânia, Caetano Veloso e Gilberto Gil, formou os Doces Bárbaros, um grupo que simbolizava a resistência criativa e política. A canção O Seu Amor tornou-se um hino libertário em resposta ao autoritarismo da época. Essa postura combativa marcou toda sua carreira, conectando-a com movimentos sociais até os últimos anos de sua vida.

Nos meses que antecederam sua morte, Gal continuou engajada politicamente. Em shows realizados em 2022, ela exibiu o “L” de Lula em apoio à democracia e contra o autoritarismo. Esse gesto reafirmou seu compromisso com as causas sociais e mostrou que sua arte sempre esteve alinhada com as lutas do povo brasileiro. Sua relevância transcendeu gerações, inspirando artistas jovens que hoje encontram em Gal um modelo de coragem artística.

 

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos canais de comunicação do O Hoje para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.
Veja também