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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025
Federação recusada

Caiado perde poder de barganha com recuo de Republicanos

Partido recusou federação com União Brasil e PP; alinhamento poderia contribuir com o projeto político do governador de Goiás

Postado em 6 de fevereiro de 2025 por Thiago Borges
Caiado perde poder de barganha com recuo de Republicanos
Foto: Reprodução

A possibilidade de federação que uniria o Partido Progressistas (PP), o União Brasil e o Republicanos foi descartada. Isso porque o Republicanos, sigla comandada pelo deputado federal Marcos Pereira (SP), recusou a proposta. A decisão interrompeu os planos de lideranças do Centrão e pode atrapalhar o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) a angariar apoio do bloco para seu projeto político que visa o Palácio do Planalto a partir de janeiro de 2027.

Na última terça-feira, 4, a bancada do Republicanos se reuniu e rejeitou a proposta de formar uma federação com PP e União Brasil. Cerca de 90% dos membros da bancada da legenda se mostraram contrários à união com as siglas de Ciro Nogueira e Antônio Rueda, segundo o deputado Lafayette Andrada (Republicanos-MG) informou ao Poder360. Apenas o diretório do Rio Grande do Norte do partido deu o aval para o acordo.

Parlamentares do Republicanos temem que o partido, que comanda a Casa Baixa na figura do deputado Hugo Motta (PB), na divisão de espaço com as outras legendas, perca o controle de diretórios estaduais e municipais. A federação, caso acontecesse, teria a maior bancada da Câmara dos Deputados e do Senado Federal – com 153 deputados e 17 senadores.

A ideia de federação era bem quista por lideranças do Centrão, como o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). A composição iria refletir nas forças dentro do Congresso Nacional. É o que diz o cientista político Guilherme Carvalho. “Elas [federações] são muito pensadas de acordo com a lógica nacional. Com formação de blocos de votação e a mesma estrutura de liderança”. 

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Carvalho vê, que na lógica da política local, a federação seria indiferente. “Não faria muita diferença. As lideranças que são chave no Republicanos e no PP, hoje, estão dentro do governo do União Brasil aqui no Estado. Então, não iria fortalecer mais do que já está e nem iria diminuir”, explica Guilherme, além de lembrar que os partidos não são obrigados a se coligar por estarem federados. 

De fato, Caiado conta com o apoio do PP e do Republicanos em Goiás e não precisa da federação dos partidos para unir forças com as legendas no âmbito da política estadual. Porém, projetando sua pré-candidatura à Presidência da República, uma federação que aglutinaria um bloco centrista na esfera federal, seria um prato cheio para o chefe do Executivo goiano tentar viabilizar seu nome para o Planalto.

O governador teria mais chances de obter o apoio de duas siglas importantes no cenário político nacional. Com a recusa do Republicanos, Caiado perde poder de barganha na hora de negociar o apoio com os dois partidos. Em um cenário em que União Brasil, PP e Republicanos caminhassem juntos e o governador conquistasse apoio suficiente para ser o candidato representando a federação, seu capital político aumentaria substancialmente. 

Entretanto, a realidade é outra, e Caiado pode inclusive enfrentar um nome do Republicanos na disputa pela presidência. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, filiado à sigla de Marcos Pereira, é o principal cotado para receber a benção de Jair Bolsonaro (PL) na disputa de 2026 e representar o ex-presidente. (Especial para O Hoje)

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