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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025
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saúde

Saúde íntima feminina: cuidados que toda mulher deve conhecer

Ginecologista orienta sobre hábitos diários e práticas que garantem a saúde vaginal e previnem infecções

Postado em 19 de fevereiro de 2025 por Luana Carvalho
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A recomendação é optar por roupas íntimas de algodão, que permitem maior circulação de ar e ajudam a manter a região seca e saudável. | foto: Reprodução

A saúde íntima da mulher é um tema central que, muitas vezes, é tratado com tabu e desinformação. A região vaginal é delicada, e por isso exige cuidados específicos para garantir que o pH esteja equilibrado e que as infecções e desconfortos sejam evitados. Pequenos hábitos, escolhas no uso de produtos de higiene e atenção ao que pode interferir na flora vaginal são essenciais para garantir o bem-estar. No entanto, muitos desses cuidados ainda são cercados de mitos e falta de informações claras sobre como manter a saúde íntima em dia.

A ginecologista Larissa Cassiano, especialista em gestação de alto risco, explica a importância de uma rotina de cuidados para a saúde vaginal e os impactos que hábitos cotidianos, como o uso de sabonetes inadequados ou a escolha de roupas apertadas, podem ter nesse equilíbrio. Nesta matéria, vamos explorar os principais fatores que afetam a saúde íntima feminina e fornecer dicas para garantir o cuidado adequado dessa região tão importante do corpo feminino.

A primeira linha de defesa contra microrganismos prejudiciais à saúde vaginal é o pH. A região íntima da mulher tem um pH naturalmente ácido, que varia entre 3,8 e 4,5, o que cria um ambiente favorável para bactérias benéficas, como os lactobacilos, e impede a proliferação de patógenos. Isso é essencial para a prevenção de infecções como a candidíase e a vaginose bacteriana.

“O pH vaginal é crucial para a manutenção da flora vaginal saudável. Ele mantém um equilíbrio entre as bactérias boas e ruins, garantindo que a região íntima esteja protegida de infecções. Quando o pH está alterado, o risco de infecção aumenta”, explica a ginecologista Larissa Cassiano.

No entanto, alguns fatores podem alterar esse equilíbrio. O consumo excessivo de carboidratos e gorduras, por exemplo, pode deixar o pH mais ácido, resultando na eliminação das bactérias benéficas. Além disso, mulheres com diabetes podem ser mais propensas ao desequilíbrio da flora vaginal, já que o alto índice glicêmico favorece o crescimento de fungos e bactérias patogênicas.

Outro fator importante é a prática de higiene inadequada. O uso de produtos que alteram o pH natural da região, como sabonetes com pH alcalino, pode prejudicar a flora vaginal e tornar a região mais suscetível a infecções.

Duchas vaginais: mito ou verdade?

Em busca de uma limpeza mais profunda, muitas mulheres recorrem à ducha vaginal, uma prática que envolve a introdução de água ou produtos de limpeza dentro da vagina. Embora a ideia de uma limpeza mais intensa pareça tentadora, essa prática pode ser prejudicial à saúde vaginal.

A ginecologista alerta para os riscos da ducha vaginal: “A vagina tem seu próprio sistema de autolimpeza e não precisa de produtos externos para se manter saudável. Ao realizar a ducha vaginal, você pode acabar removendo as bactérias benéficas e prejudicando a barreira de proteção natural da região”.

Além disso, a mucosa vaginal é mais sensível e propensa a microfissuras, que podem ser causadas pela introdução de líquidos ou sabonetes. A perda dessa proteção aumenta a vulnerabilidade a infecções, tornando as duchas vaginais uma prática totalmente desnecessária e até perigosa para a saúde íntima.

Higiene e roupas íntimas

A escolha de produtos de higiene íntima também desempenha um papel fundamental na saúde vaginal. Produtos que não são adequados para a região, como sabonetes com pH alcalino, podem alterar o equilíbrio da flora vaginal e deixar a mulher mais propensa a infecções. O uso de sabonetes com pH neutro ou específico para a região íntima é o mais recomendado.

“É importante lavar a vulva uma ou duas vezes ao dia, utilizando sabonetes com pH adequado, como os de glicerina ou sabonetes íntimos. Evite o uso de esponjas e cotonetes, que podem irritar a região e prejudicar o equilíbrio da flora vaginal”, orienta Larissa.

Outro fator que pode influenciar a saúde íntima é o uso de roupas apertadas, especialmente as de tecidos sintéticos. Elas dificultam a ventilação e favorecem o acúmulo de suor e umidade na região, criando um ambiente propício para a proliferação de fungos e bactérias. Por isso, a recomendação é optar por roupas íntimas de algodão, que permitem maior circulação de ar e ajudam a manter a região seca e saudável.

Hábitos Saudáveis

Além da escolha dos produtos certos, adotar hábitos diários pode ser fundamental para garantir a saúde vaginal. A ginecologista destaca a importância de alguns cuidados diários para evitar infecções e desconfortos.

Fazer xixi após o sexo: urinar logo após a relação sexual ajuda a expulsar bactérias que podem ter sido transferidas para a uretra durante o ato.

Dormir sem calcinha: essa prática permite que a região íntima respire, evitando o abafamento e a proliferação de fungos e bactérias.

Trocar a calcinha regularmente: durante o dia, é importante trocar a calcinha ao menos uma vez, principalmente em dias quentes ou após a prática de atividades físicas.

Secar o xixi de frente para trás: essa simples atitude reduz a probabilidade de que bactérias do ânus se espalhem para a vulva.

Manter uma alimentação equilibrada: uma dieta saudável, rica em nutrientes e água, ajuda a fortalecer o sistema imunológico e manter o pH vaginal equilibrado.

Além desses cuidados, a ginecologista também recomenda a consulta regular com um especialista, para monitorar a saúde íntima e detectar qualquer problema precocemente. O acompanhamento médico é essencial para garantir que a mulher tenha um cuidado preventivo adequado.

Bem-estar feminino

Cuidar da saúde íntima é fundamental para o bem-estar da mulher. A região vaginal é extremamente sensível e exige cuidados específicos para garantir que o pH esteja equilibrado e que a flora vaginal se mantenha saudável. A escolha dos produtos de higiene, a adoção de hábitos saudáveis e o acompanhamento médico regular são essenciais para prevenir infecções, desconfortos e garantir a saúde íntima.

“Cuidar da saúde íntima é um ato de amor-próprio. Ao adotar práticas simples, como escolher os produtos certos e manter hábitos saudáveis, a mulher garante um ambiente equilibrado e saudável para a região vaginal, prevenindo problemas e promovendo o bem-estar”, finaliza a ginecologista Larissa.

Esses cuidados diários são essenciais para que a mulher possa viver de maneira confortável e segura, sabendo que a saúde íntima está em equilíbrio. O conhecimento sobre o que é melhor para o corpo feminino é o primeiro passo para viver com mais confiança e qualidade de vida.

 

 

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