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terça-feira, 22 de abril de 2025
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Tarifa do aço

Tarifaço de Trump provoca retaliações de governos ao redor do mundo

Canadá, China e UE tomam medidas contra o governo americano, enquanto o Brasil prega cautela e busca negociações

Thiago Borgespor Thiago Borges em 13 de março de 2025
Trump foto Divulgação
Trump foto Divulgação

Entre as medidas adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, as tarifas sobre as importações de aço, ferro e alumínio, que entraram em vigor na última quarta-feira (12), tiveram o maior impacto global. A decisão provocou descontentamento entre os governos ao redor do mundo, incluindo o do Brasil.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – por meio dos ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, que divulgaram uma nota conjunta – lamentou a decisão e considerou a medida como “injustificável”. “O governo brasileiro considera injustificável e equivocada a imposição de barreiras unilaterais que afetam o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos, principalmente pelo histórico de cooperação e integração econômica entre os dois países”, diz um trecho do comunicado.

Além disso, a nota afirma que as “medidas terão impacto significativo sobre as exportações brasileiras de aço e alumínio para os EUA, que, em 2024, foram da ordem de US$ 3,2 bilhões”. 

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, garantiu que Lula irá tomar uma decisão a respeito das tarifas americanas após uma reunião marcada para a próxima sexta-feira (14). O chefe da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que a determinação de Lula é buscar negociar, e não retaliar. “O presidente Lula falou ‘muita calma nessa hora’. Já negociamos outras vezes em condições até muito mais desfavoráveis do que essa”, destacou o ministro.

No último ano, o Brasil foi o segundo maior exportador de aço para os Estados Unidos – principal cliente da indústria siderúrgica brasileira. As vendas do aço e do alumínio brasileiro somaram pouco mais de 4 milhões de toneladas, que representaram 15,5% do que os EUA importou. O montante gerou US$ 2,9 bilhões para a economia brasileira.

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Diferentemente da postura adotada pelo governo brasileiro, o Canadá já retaliou Trump. Principal fornecedor de aço, ferro e alumínio para os estadunidenses, o governo canadense divulgou que irá taxar 29,8 bilhões de dólares canadenses derivados de importações americanas. A tarifa adicional imposta também será de 25%.

O Ministério das Finanças do país alegou que a tarifa é uma resposta às taxações de Trump e que irão trabalhar para proteger a economia do país. A ministra de Assuntos Internacionais do Canadá, Mélanie Joly, garantiu que, junto à União Europeia (UE), irá combater o “tarifaço” americano. Ela ainda destacou que a soberania do país é inegociável – em uma resposta às declarações recentes de Trump sobre anexar o Canadá. 

A UE também já respondeu às decisões do governo americano. O bloco europeu renovou as tarifas sobre os produtos americanos, que adotou em 2018 e 2020. Segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, 26 bilhões de euros em produtos dos EUA serão taxados a partir de abril.

Principal alvo dos Estados Unidos, a China – rival no cenário econômico e no que tange às disputas geopolíticas mundiais – declarou que “adotará todas as medidas necessárias para salvaguardar seus direitos e interesses legítimos”, sem especificar quais serão as medidas. 

A porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do país asiático, Mao Ning, ponderou que as ações do governo Trump “violam seriamente” as regras estabelecidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC). A China, maior produtora de aço do mundo, deve seguir o caminho escolhido pelo Canadá e pela UE e taxar produtos americanos. (Especial para O Hoje)

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