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domingo, 30 de março de 2025
Importante

Alego deve endossar PEC que garante mais autonomia aos estados brasileiros

Modificações têm o objetivo de proporcionar uma maior flexibilidade na organização e na regulação das leis estaduais, permitindo que os legisladores de cada unidade da federação possam adaptar as normas às realidades locais

Postado em 26 de março de 2025 por Thiago Borges
Alego deve endossar PEC que garante mais autonomia aos estados brasileiros
Foto: Will Rosa/Alego

Tramita na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) um projeto de decreto legislativo com o intuito de somar força com outras casas legislativas para apresentação de modificação na Carta Magna à Câmara dos Deputados. A iniciativa, apresentada pelo deputado Lucas Calil (MDB), altera a repartição de competências entre os entes da federação, com vistas a garantir maior autonomia regulatória aos estados. Vale lembrar que a Constituição Federal (CF) assegura às assembleias de todo o País o direito de apresentarem emendas, desde que unidas e em maioria.

A proposta de emenda constitucional (PEC), que altera artigos da CF, propõe uma revisão nas atribuições da União, dos estados e municípios, buscando adequar o sistema legislativo brasileiro às necessidades locais e regionais, de forma mais eficaz. A iniciativa altera artigos fundamentais da Constituição, como o 22, que trata da competência legislativa da União, e o artigo 24, o qual aborda as matérias em que União, estados e municípios podem legislar de forma concorrente.

Além disso, a PEC também modifica os artigos 30, 41 e 175, e inclui novos dispositivos, como o 182-A e o 115, no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. As modificações têm o objetivo de proporcionar uma maior flexibilidade na organização e na regulação das leis estaduais, permitindo que os legisladores de cada unidade da federação possam adaptar as normas às realidades locais de maneira mais assertiva e com maior proximidade da população.

A justificativa por trás da proposta é de que a centralização excessiva das competências na União tem prejudicado a capacidade dos estados e do Distrito Federal de legislarem de forma mais específica e condizente com as demandas de seus cidadãos.

Isso se reflete, segundo o deputado, na limitação dos estados em criarem leis que atendam adequadamente suas populações, visto que muitas das competências mais relevantes estão concentradas na esfera federal. “A matéria fortalece a autonomia estadual ao descentralizar competências e promover um federalismo mais equilibrado e eficiente. Dessa forma, busca-se proporcionar maior aderência das normas às realidades locais, respeitando a diversidade regional do Brasil”, diz um trecho do documento.

O projeto aponta que, ao longo das últimas décadas, a distribuição desigual de competências entre a União e os demais entes federados resultou em uma série de questionamentos no Supremo Tribunal Federal (STF), com várias leis estaduais sendo declaradas inconstitucionais por invadirem competências exclusivas da União.

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Em mensagem, as assembleias legislativas que subscrevem a proposta argumentam que o modelo federativo brasileiro precisa ser reformado para garantir que as decisões legislativas estejam mais próximas das realidades locais.

A mudança proposta busca descentralizar as competências legislativas, tornando-as mais próximas dos cidadãos e permitindo que os estados possam elaborar normas que atendam às peculiaridades de cada região. A medida também pretende incentivar a competição legislativa entre os estados, estimulando a adoção de soluções inovadoras e adaptáveis, que podem promover o desenvolvimento social e econômico de forma mais equilibrada.

O Condomínio Legislativo, composto pelas matérias de competência comum entre União, estados e Distrito Federal (art. 24 da CF), pressupõe corresponsabilidade entre os entes federados. A competência normativa da União limita-se ao estabelecimento de normas gerais, cabendo aos estados tratar das especificidades. A proposta altera a hierarquia normativa, o que permite que normas estaduais prevaleçam sobre regulamentações federais em determinados temas, com a promoção de maior valorização da legislação local.

Com a aprovação da proposição de decreto legislativo, o próximo passo será a apresentação da PEC coassinada pelas assembleias ao Congresso Nacional, que terá a tarefa de avaliar e votar as alterações sugeridas. Se aprovada, a reforma poderá transformar significativamente o modelo de governança e distribuição de poderes no Brasil. (Especial para O Hoje)

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