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terça-feira, 1 de abril de 2025
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ataque do pl

Após decisão do STF, PL retalia com ameaças de obstrução na Câmara

Presidente da bancada da legenda ameaçou paralisar a Casa caso anistia não seja pautada com urgência

Postado em 28 de março de 2025 por João Reynol
7 foto Kayo Magalhaes Camara dos Deputado
Obstrução na Câmara pode afetar pautas de interesse do Palácio do Planalto. | Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputado

No primeiro dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na última terça-feira (25), parlamentares do PL compareceram na porta do Supremo Tribunal Federal (STF) para protestar contra a futura decisão de tornar o presidente de honra do PL réu de processo criminal de tentativa de golpe de Estado. No local, os parlamentares ventilam uma injustiça cometida pelos ministros do STF em acusar Bolsonaro. 

Como mostrou O HOJE nesta última quarta-feira (26), o resultado era esperado por especialistas, mas mesmo assim, deputados entraram em uma campanha de retaliação no Congresso que busca obstruir as comissões permanentes e as pautas de interesse do Palácio do Planalto, como afirmou o líder do partido da Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ) e o líder da oposição Luciano Zucco (RS). 

Por sua vez, a ameaça de interrupção de Cavalcante também se estende para o próprio presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB) que integra comitiva do presidente Luiz Inácio Lula (PT) para o Japão e dá sinais divergentes em relação à pauta da anistia, considerada de extrema importância pela sigla. De acordo com o líder da bancada da legenda, “se essa decisão [de pautar a anistia] não for tomada, a partir da volta dele, o PL e toda a oposição entrará em obstrução na Casa”. Apesar disso, Motta já havia sinalizado que a proposta deve passar por uma comissão especial dentro da Casa antes de chegar nas comissões temáticas e no voto do plenário, a fim de respeitar acordo do ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL) entre o PL e o PT. 

A estratégia dos parlamentares se baseia na abstenção, ou mesmo na oposição dos votos em bloco, o que significa uma dificuldade em aprovar projetos de interesse do Planalto na Câmara, como a isenção do Imposto de Renda para contribuintes que ganham menos de R$ 5000 e o fim da escala 6 x 1. De início, o deputado federal Carlos Jordy (RJ), um dos mais vocais do movimento, usou o tempo de fala na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, no mesmo dia que Bolsonaro virou réu, para pedir a convocação da ministra da Cultura Margareth Menezes sobre supostos desvios financeiros como estratégia para pressionar o Planalto. 

Vale lembrar que o PL é a sigla com o maior número de parlamentares no Congresso Nacional, com 92 deputados e 15 senadores, totalizando um total de 107 congressistas, quase 20% das duas Casas. Por causa disso, o PL detém o maior número de titulares no comando das comissões na Câmara, com cinco colegiados, contudo, não dispõe de comissão dentro do Senado. Além disso, comissões chefiadas pela sigla devem ficar imunes, como a Comissão de Segurança Pública de Paulo Bilynskyj (SP), uma das principais lideradas pela legenda tendo em vista a PEC da Segurança Pública de Lula.

Sobre isso, a titular da pasta de articulação da presidência, Gleisi Hoffmann (PT), criticou os avanços da legenda em entrevista à CNN, e afirmou que a medida coloca os interesses de uma pessoa, Bolsonaro, acima dos da nação. Como resposta, afirmou que fará reuniões com líderes partidários para defender os interesses da União dentro do Legislativo. Segundo levantado pela pesquisa do Ranking dos Políticos, parlamentares veem algumas das pautas do Governo com bons olhos como oportunidade pelo apelo da população.

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