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Saúde

Consumo de energéticos cresce entre atletas e desperta preocupação

Indivíduos que recorrem às bebidas energéticas com a intenção de repor eletrólitos e líquidos podem experimentar o efeito oposto

Leticia Mariellepor Leticia Marielle em 28 de abril de 2025
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Consumo de energéticos cresce entre atletas e desperta preocupação. | Foto: Reprodução

O consumo de bebidas energéticas e suplementos contendo cafeína, como os pré-treinos, tem se tornado cada vez mais comum entre aqueles que buscam melhorar o desempenho em atividades físicas intensas. No entanto, o uso excessivo desses produtos, sem a devida orientação profissional, pode representar sérios riscos à saúde.

Em 2021, o consumo de energéticos no país foi 22% maior do que em 2020, e a produção de energéticos subiu de 63 milhões de litros em 2010 para 185 milhões em 2021. 

A Academia Americana de Pediatria orienta que crianças e adolescentes não façam uso de bebidas energéticas, em razão dos potenciais riscos à saúde que essas substâncias representam para organismos em desenvolvimento. Apesar da recomendação, pesquisas indicam que entre 30% e 50% dos adolescentes admitem consumir esse tipo de produto com regularidade.

Embora as bebidas energéticas possam proporcionar um aumento temporário de energia e potencialmente melhorar o desempenho físico, é essencial considerar os riscos associados ao consumo excessivo. O uso dessas substâncias deve ser moderado e, sempre que possível, supervisionado por um profissional de saúde, especialmente em pessoas com condições de saúde pré-existentes.

Essas bebidas contêm substâncias como cafeína, taurina, vitaminas do complexo B e açúcares, que, quando ingeridas em grandes quantidades, podem causar reações adversas graves. Entre os principais riscos estão efeitos cardiovasculares, como o aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca, além da possibilidade de arritmias. Há casos extremos em que o consumo elevado de energéticos esteve associado a eventos graves, como parada cardíaca.

Além disso, o consumo excessivo de energéticos pode desencadear efeitos neurológicos e psiquiátricos, como nervosismo, insônia e aumento da ansiedade, especialmente em indivíduos mais sensíveis à cafeína. O uso excessivo também pode interferir no metabolismo, afetando a sensibilidade à insulina e os níveis de glicose no sangue.

De acordo com cardiologistas, os sintomas que indicam uma reação negativa ao consumo dessas bebidas incluem palpitações, dor no peito, falta de ar, tontura, tremores, sudorese excessiva, náuseas e vômitos, além de ansiedade intensa e ataques de pânico. Em caso de aparecimento desses sinais, é crucial procurar atendimento médico imediato, principalmente para indivíduos com histórico de doenças cardiovasculares, para evitar complicações graves.

Indivíduos que recorrem às bebidas energéticas com a intenção de repor eletrólitos e líquidos podem, na verdade, experimentar o efeito oposto. Devido ao seu efeito diurético, a cafeína presente nessas bebidas pode acentuar a perda de fluidos e favorecer quadros de desidratação.

Em casos de consumo excessivo, a cafeína pode desencadear um quadro de intoxicação, condição rara, porém potencialmente grave. A elevação abrupta da substância no organismo pode desestabilizar o ritmo cardíaco, resultando, em situações extremas, em parada cardíaca. Outros efeitos colaterais severos já relatados incluem edema cerebral e falência renal.

Pessoas mais suscetíveis aos efeitos adversos das bebidas energéticas incluem adolescentes e crianças, cujos organismos podem ser mais sensíveis aos estimulantes. Além disso, indivíduos com problemas cardíacos correm um risco ainda maior, uma vez que o consumo dessas bebidas pode desencadear arritmias cardíacas graves, como fibrilação ventricular, e até levar à parada cardíaca. Bebidas energéticas também podem provocar picos de pressão arterial, agravando quadros de hipertensão e insuficiência cardíaca.

Dessa forma, pessoas com histórico de doenças cardiovasculares, como hipertensão, arritmias ou insuficiência cardíaca, devem evitar o consumo de energéticos e suplementos estimulantes sem a recomendação de um médico. A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere que o limite diário de cafeína seja de 400 mg, o que inclui todas as fontes da substância, como café, energéticos, suplementos e até chás.

Para atletas e praticantes de esportes que buscam melhorar o desempenho físico, é fundamental considerar a orientação médica, especialmente em casos de problemas cardíacos ou uso de medicamentos, para verificar possíveis interações. 

Alternativas mais seguras, como o café preto ou suplementos com menor concentração de estimulantes, podem ser opções viáveis para aqueles que desejam impulsionar o desempenho físico sem os riscos associados ao excesso de cafeína e outros estimulantes presentes nas bebidas energéticas.

 

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