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Estrutural

83 % das pontes e viadutos de Goiânia apresentam deterioração estrutural

Relatório aponta que dez pontes estão em situação crítica e quatro em estado muito crítico; Prefeitura promete licitar obras a partir de maio

Anna Salgadopor Anna Salgado em 29 de abril de 2025
Relatório aponta que dez pontes estão em situação crítica e quatro em estado muito crítico; Prefeitura promete licitar obras a partir de maio
Foto: Micael Silva

O relatório técnico divulgado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-GO)  aponta que na capital goiana algumas pontes e viadutos apresentam algum tipo de deterioração estrutural. De acordo com os dados divulgados, 83% das estruturas avaliadas apresentam danos, sendo que dez delas estão em situação crítica e quatro em estado considerado muito crítico, o que acendeu um alerta para riscos à segurança da população.

O levantamento faz parte do “Plano de Gerenciamento de Obras de Arte Especiais” (OAE), coordenado pela Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra). As avaliações, realizadas por engenheiros especializados, apontam a necessidade de intervenções imediatas em parte das estruturas. Entre os principais problemas detectados estão corrosão em armaduras de concreto, trincas profundas, deterioração do asfalto e desgaste acentuado em pilares e vigas.

Entre as estruturas mais comprometidas estão o Viaduto da Avenida 85 com a Avenida T-63, o Viaduto da Avenida Anhanguera sobre a Marginal Botafogo, o Viaduto da Avenida Goiás Norte e a Ponte da Avenida H sobre o Córrego Cascavel. Estas foram classificadas como em “estado muito crítico”, exigindo atenção urgente para evitar riscos à circulação de veículos e pedestres.

Diante desse cenário, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) instaurou um procedimento para cobrar explicações da Prefeitura. A promotora de Justiça Villis Marra solicitou que a administração municipal apresente, no prazo de 30 dias, informações detalhadas sobre as condições estruturais, o cronograma de manutenções e as medidas emergenciais adotadas. O objetivo é garantir a segurança da população e evitar tragédias, como as que já ocorreram em outras capitais brasileiras.

Segundo a Seinfra, as pontes e viadutos inspecionados não apresentam risco iminente de colapso, mas as avarias exigem reparos prioritários. A prefeitura afirmou que já trabalha na elaboração de projetos executivos para recuperação das estruturas e que está em busca de recursos financeiros para viabilizar as obras necessárias. Apesar disso, não há previsão oficial para o início dos reparos.

Em entrevista exclusiva ao jornal O Hoje, a superintendente de Obras de Arte da Seinfra, Flávia Ribeiro, detalhou que, embora algumas estruturas estejam em estado ruim, nenhuma foi classificada como crítica. “Temos pontos em estado regular e ruim, mas nenhum em situação crítica. Estamos realizando manutenções paliativas enquanto os projetos definitivos estão sendo concluídos. A previsão é que a licitação para as obras seja lançada a partir de maio, conforme determinação do prefeito Rogério Cruz”, informou.

Flávia explicou ainda que a recuperação será definida a partir de estudos específicos de cada estrutura. “Em alguns casos, será necessário tratamento de fundação, correção de armaduras corroídas e reparo de fissuras profundas. Se o estudo indicar que alguma estrutura precisa ser demolida, seguiremos essa recomendação”, afirmou. 

Segundo ela, a prefeitura realiza inspeções trimestrais e pretende reforçar a fiscalização e a manutenção agora que o período chuvoso está terminando. “Grande parte dos danos é agravada por erosões causadas por escoamento irregular de água, que expõe a fundação das pontes”, acrescentou.

Engenheiros alertam que a degradação observada nas pontes e viadutos de Goiânia exige ações rápidas e efetivas. Segundo especialistas, a falta de manutenção periódica e o envelhecimento das estruturas aumentam o risco de colapso parcial ou total, além de elevar o custo das intervenções futuras. A maior parte das obras foi construída há mais de três décadas, em uma época em que o fluxo de veículos era bem menor que o atual.

Leia mais: Prefeitura de Goiânia realiza 2ª audiência pública sobre Plano Diretor de Drenagem Urbana

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