Psyllium vira aliado do emagrecimento, mas exige cautela
Fibra solúvel ajuda na saciedade e no controle da glicemia


Diante dos preços elevados de medicamentos como Ozempic e Wegovy, o psyllium tem ganhado notoriedade como uma alternativa natural e acessÃvel para auxiliar no processo de emagrecimento. Embora contenha pequenas quantidades de proteÃnas, sais minerais e outros nutrientes, o maior valor do grão reside em sua casca, rica em fibras solúveis.
Essa caracterÃstica já era explorada na Antiguidade por civilizações como a chinesa e a indiana, que utilizavam o psyllium no tratamento de distúrbios intestinais. No século XVI, registros históricos indicam que o alimento foi difundido na Europa, sendo reconhecido por suas propriedades semelhantes.
A partir da década de 1970, a literatura cientÃfica passou a registrar estudos mais aprofundados sobre o psyllium. Além de seus efeitos benéficos sobre o funcionamento intestinal, surgiram evidências relacionadas à regulação dos nÃveis de colesterol, ao controle da glicemia e ao aumento da sensação de saciedade.
No entanto, apesar de estudos apontarem que o psyllium pode contribuir para o prolongamento da saciedade, seus efeitos ainda são limitados quando comparados aos obtidos por meio de medicamentos. Mesmo assim, muitas pessoas optam por consumir a fibra por conta própria. Em excesso, no entanto, ela pode provocar desconforto abdominal, gases e até constipação. Quando bem orientado, o uso do psyllium pode ser um recurso valioso.
A substância é composta por fibras solúveis capazes de absorver água, formando uma espécie de gel no intestino. Esse processo retarda o esvaziamento gástrico, o que favorece uma sensação de saciedade mais duradoura.
Outro ponto importante é sua atuação no controle da glicemia, especialmente entre indivÃduos com pré-diabetes ou diabetes tipo 2, uma vez que reduz a velocidade de absorção dos carboidratos, aliviando a demanda do pâncreas na produção de insulina.
Apesar de ser geralmente considerado seguro, o psyllium não é indicado para todas as pessoas. Entre as contraindicações estão crianças com menos de seis anos, indivÃduos com hipersensibilidade à Plantago ovata e aqueles que apresentam distúrbios gastrointestinais ou dificuldade no controle do diabetes.Â
Além disso, é fundamental manter uma hidratação adequada durante o uso da fibra, a fim de prevenir efeitos adversos como constipação ou desconforto abdominal. O consumo excessivo, aliado à ingestão insuficiente de água, pode intensificar quadros de intestino preso ou mesmo levar à obstrução intestinal.