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Crise no PL

Wilder desafia Vitor Hugo, que exibe apoio direto de Bolsonaro

Conflito no PL atinge novo ápice com ataques públicos do presidente estadual da sigla ao vereador mais votado da capital

Bruno Goulartpor Bruno Goulart em 22 de maio de 2025
Wilder desafia Vitor Hugo, que exibe apoio direto de Bolsonaro
A disputa, que já se arrasta desde o final de 2024, ganhou novo capítulo após declarações duras do senador Wilder Morais contra Vitor Hugo. Foto: Montagem O HOJE

Bruno Goulart

A crise interna no PL de Goiás chegou a um novo patamar nesta semana com a escalada pública do conflito entre o presidente estadual da legenda, o senador Wilder Morais, e o vereador mais votado de Goiânia, Vitor Hugo. A disputa, que já se arrasta desde o final de 2024, ganhou novo capítulo após declarações duras de Wilder ao programa Papo Aberto, seguidas por uma resposta simbólica de Vitor Hugo nas redes sociais, com a divulgação de um print de uma videochamada com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O gesto foi lido como uma demonstração clara de força e prestígio político por parte de Vitor Hugo, reforçando sua conexão direta com Bolsonaro e tentando deixar evidente que, mesmo sob pressão interna e ameaçado de expulsão, ele segue com o respaldo de quem realmente manda na legenda.

Relembre

A tensão teve início nos bastidores em dezembro de 2024, quando o vice-governador Daniel Vilela (MDB) se reuniu com Bolsonaro em Brasília. O encontro foi articulado por Vitor Hugo e causou forte reação entre dirigentes do PL goiano, que viram na aproximação uma traição política. À época, o partido ainda alimentava a expectativa de lançar candidatura própria ao Governo de Goiás em 2026, e a presença de Vilela — aliado do governador Ronaldo Caiado (UB) — junto a Bolsonaro foi interpretada como uma sinalização de alianças futuras.

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Em janeiro deste ano, a direção estadual do PL divulgou uma nota dura, sem citar diretamente Vitor Hugo, mas deixando claro o descontentamento com sua postura. No texto, o partido afirmava que “atitudes como essa não representam os propósitos partidários da sigla, mas sim interesses pessoais de um filiado que possui pretensões claras de viabilizar sua candidatura ao Senado sem o aval da agremiação, de modo que não serão toleradas novas condutas de igual teor”. A mensagem foi vista como um ultimato e abriu especulações sobre uma possível expulsão do vereador da legenda.

Dias depois, o próprio Bolsonaro interveio durante entrevista a uma rádio, mandando um recado direto ao senador Wilder Morais: “A gente vai lançar um candidato por estado do Brasil com o número 222. Não vai ter pechada, não vai ter cheguei na frente e sou amiguinho (…) Goiás é a mesma coisa, não é ‘estou na frente’, não é quem o presidente de Goiás quer. Wilder, não é quem você quer. Todo estado vai passar por mim e pelo Valdemar [presidente nacional] e nós vamos indicar essas pessoas”, afirmou.

A fala de Bolsonaro foi interpretada como uma clara tentativa de esvaziar a autoridade de Wilder Morais dentro do partido em Goiás e reposicionar o centro de decisões em nível nacional.

Agora, com a publicação da imagem da videochamada, Vitor Hugo reforça a narrativa de que, apesar de isolado dentro da estrutura estadual do partido, tem acesso direto à instância máxima de poder da sigla: o ex-presidente da República. A imagem parece dizer muito com pouco — uma espécie de resposta silenciosa, mas potente, à entrevista de Wilder Morais.

Divisão

O embate escancara uma disputa maior: quem é o verdadeiro representante do “bolsonarismo raiz” em Goiás? De um lado, Wilder Morais, senador e presidente estadual da legenda, com presença consolidada no meio político. Do outro, Vitor Hugo, ex-deputado federal e vereador mais bem votado na capital e com relações próximas à família Bolsonaro. 

Se há um consenso entre as duas alas, é que, no fim das contas, tudo passará pela vontade do “pai” do 22. E, por ora, parece que Vitor Hugo está mais perto de sua bênção.

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