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quarta-feira, 16 de julho de 2025
Educação

Analfabetismo ainda atinge milhões e escancara desigualdade racial no Brasil

Dados do IBGE mostram que taxa de analfabetismo entre pretos e pardos ainda é mais que o dobro da registrada entre brancos, com disparidades mais acentuadas entre os idosos

Luana Avelarpor Luana Avelar em 13 de junho de 2025
Foto: Freepik
Foto: Freepik

Mesmo com avanços graduais nos indicadores de alfabetização, o Brasil ainda enfrenta um cenário marcado pela desigualdade racial no acesso à educação. Segundo levantamento divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira (13), pessoas pretas ou pardas seguem mais expostas à exclusão educacional: entre a população com 15 anos ou mais, a taxa de analfabetismo é de 6,9%, enquanto entre os brancos é de 3,1%.

Entre os idosos, o contraste é ainda mais evidente. A proporção de analfabetos com 60 anos ou mais entre pretos e pardos chega a 21,8%, quase três vezes maior que a registrada entre brancos da mesma faixa etária. Os dados revelam o peso histórico da desigualdade estrutural no acesso à educação básica, mesmo após décadas de políticas públicas voltadas à inclusão.

O país soma atualmente 9,1 milhões de pessoas que não sabem ler nem escrever, o que corresponde a 5,3% da população adulta. Apesar da leve melhora em relação ao ano anterior, a meta do Plano Nacional de Educação, que previa a erradicação do analfabetismo adulto até 2024, não foi cumprida. O Nordeste concentra mais da metade desse contingente, com uma taxa regional de 11,1%, frente à média nacional.

Além do recorte racial, a desigualdade educacional também é marcada por diferenças de renda e localização geográfica. Pessoas entre os 25% mais pobres têm taxa de analfabetismo quatro vezes maior que os 25% mais ricos. Embora em números absolutos a maioria dos analfabetos esteja em áreas urbanas, a incidência proporcional é maior nas zonas rurais, refletindo a falta de infraestrutura e acesso à educação formal.

Mesmo com redução contínua dos índices desde 2016, quando os percentuais eram ainda mais altos, o ritmo da mudança tem sido considerado insuficiente. O cenário expõe as dificuldades em superar as barreiras históricas que ainda mantêm milhões de brasileiros à margem da alfabetização e evidencia a necessidade de políticas mais eficazes para reduzir a desigualdade educacional no país.

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