A incorporação de alimentos como chás, frutas vermelhas, maçãs e chocolate amargo à dieta diária pode contribuir significativamente para o aumento da longevidade e a prevenção de doenças crônicas. É o que indica um estudo publicado no início de junho na revista científica Nature Food, conduzido por pesquisadores da Austrália, Áustria e Reino Unido.

A pesquisa acompanhou mais de 120 mil indivíduos, com idades entre 40 e 70 anos, ao longo de mais de uma década. Os dados apontam que uma maior diversidade de flavonoides, compostos bioativos presentes em alimentos de origem vegetal, está associada a uma redução expressiva no risco de mortalidade e no desenvolvimento de enfermidades como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, cânceres e distúrbios neurológicos.

Entre as fontes naturais de flavonoides estão o chá, frutas como mirtilos, morangos, laranjas e uvas, além do vinho tinto e do chocolate amargo. A ingestão média de cerca de 500 miligramas por dia, o equivalente a duas xícaras de chá – foi relacionada a uma diminuição de 16% no risco de morte por todas as causas, bem como a uma redução de 10% nas chances de desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e condições respiratórias.

Mais do que a quantidade, os cientistas destacam a importância da variedade. Participantes que consumiram uma gama mais ampla de alimentos ricos em flavonoides apresentaram índices de saúde superiores, mesmo quando a ingestão total do composto era semelhante. O achado sugere que diversificar o cardápio com alimentos coloridos e naturais pode trazer benefícios mais expressivos do que focar em apenas uma fonte, como o chá.

Os autores da pesquisa defendem que medidas alimentares simples e acessíveis podem representar avanços significativos em saúde pública. Trocas cotidianas, como inserir frutas vermelhas no café da manhã ou optar por uma maçã como lanche, seriam passos concretos para ampliar o consumo de flavonoides e, com isso, melhorar a qualidade de vida a longo prazo.