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sexta-feira, 18 de julho de 2025
Violência

Fisiculturista que matou esposa espancada em Aparecida é condenado a 20 anos de prisão

Igor foi responsabilizado pelo homicídio com quatro qualificadoras: motivo fútil, meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e violência de gênero

Maria Eduarda Leãopor Maria Eduarda Leão em 27 de junho de 2025
Fisiculturista que matou esposa espancada é condenado a 20 anos em GO
| Foto: divulgação

O fisiculturista Igor Porto Galvão, acusado de assassinar brutalmente a esposa Marcela Luíse de Souza Ferreira, foi condenado nesta quinta-feira (26) a 20 anos e 6 meses de prisão em regime fechado. O julgamento ocorreu no Tribunal do Júri de Aparecida de Goiânia e terminou com a confirmação da prática de feminicídio qualificado.

De acordo com a sentença, proferida pelo juiz Leonardo Fleury Curado Dias, Igor foi responsabilizado pelo homicídio com quatro qualificadoras: motivo fútil, meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e violência de gênero. A decisão reforçou a gravidade do caso ao considerar a desproporção de força física entre o réu (um atleta e professor de fisiculturismo) e a vítima, que apresentava múltiplas lesões corporais.

Crime e julgamento

O crime ocorreu no dia 10 de maio de 2024. Conforme as investigações conduzidas pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Aparecida, Igor espancou Marcela com chutes e socos, causando traumatismo craniano, fraturas na clavícula e costelas, além de escoriações na boca, olhos, pernas e braços. Após as agressões, ele teria dado banho na companheira e a levou, já desfalecida, a um hospital da cidade, alegando que ela teria escorregado enquanto limpava a casa.

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“Ela teve traumatismo craniano dos dois lados da cabeça e na base do crânio, fraturou a clavícula, oito costelas e teve várias escoriações pelo corpo”, informa o Boletim de Ocorrência.

Marcela foi internada inconsciente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e permaneceu em coma por dez dias. Morreu em 20 de maio de 2024. O laudo do Instituto Médico Legal confirmou traumatismo craniano como causa da morte.

Durante o julgamento, a defesa tentou desqualificar o crime, sugerindo que se tratava de lesão corporal seguida de morte, mas os jurados rejeitaram a tese e reconheceram a intenção de matar. O réu confessou a autoria do crime, o que levou à aplicação de uma atenuante de seis meses na pena final, que inicialmente havia sido fixada em 21 anos. Ainda assim, a Justiça determinou que o fisiculturista continue preso e que cumpra a pena em regime fechado, sem direito de recorrer em liberdade.

Histórico de agressões

A promotoria, representada por Milton Marcolino, apontou que o relacionamento entre Igor e Marcela, que durou cerca de nove anos, era marcado por episódios de violência doméstica. Testemunhas relataram que a vítima frequentemente aparecia com hematomas, o que indicava agressões contínuas ao longo da convivência. A própria filha do casal, ainda menor de idade, teria sido usada como instrumento de ameaça psicológica.

As investigações também revelaram que o fisiculturista já possuía antecedentes por violência doméstica. Em outro caso anterior, registrado com base na Lei Maria da Penha, uma ex-namorada chegou a pedir medidas protetivas, assim como Marcela havia feito antes de reatar o relacionamento com o agressor e desistir do processo.

Na sentença, o juiz Leonardo Fleury destacou que a morte de Marcela deixou a filha do casal em situação de desamparo, tanto emocional quanto material. Esse fator pesou no cálculo da pena base. Embora a Justiça não tenha fixado um valor de indenização à família, o juiz deixou aberta a possibilidade de reparação por meio de ação cível. Igor Porto Galvão permanece preso desde maio de 2024, quando teve sua prisão temporária decretada logo após o início das investigações.

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