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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
ALERTA

Dor no peito sem explicação? Entenda o problema cardíaco que afeta principalmente mulheres

Condição chamada angina microvascular pode não aparecer em exames comuns, mas representa risco sério à saúde

Thais Airespor Thais Aires em 19 de agosto de 2025
dor

As doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de morte no Brasil. Em 2024, mais de 237 mil pessoas morreram por complicações no coração, segundo o Painel de Monitoramento da Mortalidade do Ministério da Saúde. Embora grande parte dos casos esteja ligada a obstruções nas artérias principais, há um problema menos conhecido que desafia os diagnósticos tradicionais: a angina microvascular.

Esse distúrbio atinge, em sua maioria, mulheres e pode causar dor no peito mesmo quando exames como o cateterismo não apontam alterações. A explicação está nas artérias microscópicas que compõem a microcirculação do coração, invisíveis nos métodos convencionais.

A cardiologista Sarah Fagundes detalha o cenário: “É comum atendermos pacientes com dor no peito ou isquemia causada por obstrução nas grandes artérias, algo que conseguimos diagnosticar e tratar por meio do cateterismo. No entanto, há um percentual significativo de pacientes, principalmente mulheres, que apresentam artérias normais, mas cujo problema está na microcirculação”.

Por que o problema é mais comum em mulheres

Estudos apontam que cerca de 70% dos casos de angina microvascular são identificados em mulheres. Alterações hormonais, especialmente após a menopausa, estão entre os principais fatores. A redução do estrogênio compromete o equilíbrio da vasodilatação arterial, aumentando a chance de disfunção.

Condições autoimunes e processos inflamatórios crônicos, mais prevalentes no público feminino, também afetam o funcionamento dos vasos sanguíneos. Além disso, características anatômicas, como artérias mais finas e tortuosas, podem dificultar a circulação adequada.

Apesar dos sintomas se assemelharem aos da angina provocada por obstruções visíveis — como dor no peito e falta de ar —, a condição muitas vezes passa despercebida em exames de rotina, o que atrasa o diagnóstico e a definição do tratamento correto.

Como é feita a investigação

O exame para identificar a angina microvascular já está disponível no Brasil, mas não faz parte do check-up de rotina. Ele deve ser considerado em pacientes que apresentam sintomas típicos de angina ou sinais de isquemia em exames como cintilografia do miocárdio, ecocardiograma de estresse ou ressonância magnética, mas que não têm obstruções nas principais artérias coronárias.

“Nem todos os pacientes precisam realizá-lo. A prioridade inicial é avaliar as grandes artérias coronárias, pois elas representam a causa mais comum de angina e isquemia. Somente quando estão normais e os sintomas persistem é que se justifica investigar a microcirculação”, afirma Fagundes.

Sem o diagnóstico adequado, é comum que pacientes enfrentem repetidas internações e realizem diversos cateterismos sem que o problema real seja identificado.

Possibilidades de tratamento

O tratamento da angina microvascular envolve medicamentos específicos para melhorar a função da microcirculação e reduzir os sintomas. O controle de fatores de risco como hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade é parte essencial do acompanhamento.

Mudanças no estilo de vida também são fundamentais. A prática regular de exercícios físicos, a adoção de hábitos alimentares equilibrados e o abandono do tabagismo contribuem para preservar a saúde das artérias.

De acordo com a cardiologista, tratar a origem da dor no peito é fundamental para reduzir as crises e evitar complicações. “Tratar a causa exata, e não apenas os sintomas, é a chave para reduzir as crises de dor no peito e prevenir complicações futuras”, afirma.

 

 

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