Julgamento de Bolsonaro e demais réus é suspenso e será retomado nesta quarta-feira
Hoje pela manhã, advogados de Cid, Ramagem, Garnier e Torres apresentaram seus argumentos que vão contra manifestações do PGR e de Moraes
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o julgamento da ação penal contra Jair Bolsonaro e outros 7 acusados de tentativa de golpe de Estado. Nesta terça-feira, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, fez a leitura do relatório que continha os principais pontos da ação penal. Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu que o fato de um presidente convocar cúpula militar para tramar plano já configura um golpe em curso. Depois, foram ouvidos os advogados de Mauro Cid, Ramagem, Almir Garnier e Anderson Torres.
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Bolsonaro responde por 5 crimes e, caso seja condenado, as penas somadas podem chegar a 43 anos. Moraes, o primeiro a citou pressões internas e externas sobre a Corte, mas ressaltou que o papel do Supremo é julgar com imparcialidade e independência. A defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, reforçou a validade da delação premiada. Antes da leitura do relatório, Moraes saiu em defesa da independência da Corte e afirmou, sem citar diretamente fatos e nomes, que existe uma organização criminosa “covarde e traiçoeira” que atua no exterior contra a Justiça brasileira.
“Uma verdadeira organização criminosa que, de forma jamais vista anteriormente em nosso país, passou a agir de maneira covarde e traiçoeira com a finalidade de submeter o funcionamento da Corte ao crivo de outro Estado estrangeiro.”
A sessão será retomada nesta quarta-feira (3), às 9h, com as defesas do ex-presidente e de três generais.